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Caso Roberta Dias: Acusados de matar grávida em Penedo devem ir a Júri Popular
Réus Karlo Bruno Pereira Tavares e Mary Jane Araújo Santos foram pronunciados pelos crimes de homicídio qualificado e aborto provocado por terceiro
A 4ª Vara Criminal de Penedo proferiu uma sentença no último domingo (2/7) pronunciando os réus Karlo Bruno Pereira Tavares e Mary Jane Araújo Santos pelos crimes de homicídio qualificado e aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante, cometidos contra Roberta Costa Dias em 2012. O juiz Nelson Fernando de Medeiros Martins foi o responsável pela decisão.
A pronúncia significa que os acusados devem ser julgados pelo Tribunal do Júri. Além dos crimes de homicídio qualificado e aborto, as acusações de ocultação de cadáver e corrupção de menor também serão apreciadas durante o julgamento.
O crime ocorreu em 11 de abril de 2012, na cidade de Penedo. Conforme informações presentes nos autos, Roberta estava grávida de três meses, fruto do relacionamento com Saullo de Thasso Araújo Santos, que à época tinha 17 anos. Saullo é filho da ré Mary Jane, e ambos repudiavam a gravidez de Roberta, de acordo com a denúncia apresentada.
Segundo o Ministério Público, a vítima recebeu mensagens de Saullo convidando-a para conversar sobre a gestação. O encontro entre os dois ocorreu na praça Santa Luzia, no bairro Senhor do Bonfim, após Roberta retornar de uma consulta médica de pré-natal. Posteriormente, ela foi transportada em um carro por Saullo, com o réu Karlo escondido no porta-malas, portando uma enxada e uma pá.
Roberta foi levada para um local isolado, onde foi asfixiada com um fio de extensão de som de carro e, em seguida, teve o cadáver ocultado. Mary Jane foi apontada como a mandante do crime, cujo propósito era matar Roberta e provocar o aborto do feto. Saullo de Thasso, por ser menor de idade na época, respondeu perante o juízo da Infância e da Juventude (Investigação Social n. 013/2013-7ªDRP).
Nove anos após o desaparecimento de Roberta, uma ossada humana foi encontrada nas margens de uma via pública, na zona costeira da praia do Pontal do Peba. Após exame de DNA, foi comprovado que os restos mortais pertenciam à vítima.
A mãe de Roberta relatou que teve uma conversa com Mary Jane, na qual a ré manifestou seu desejo de interromper a gravidez. A mãe da vítima também afirmou que a ré ofereceu a Roberta um coquetel abortivo. Uma testemunha que acompanhou a vítima durante o pré-natal afirmou que Roberta se encontrou com Saullo após a consulta médica e que a acompanhou até a Praça Santa Luzia.
Em uma gravação feita por uma testemunha, o réu Karlo descreveu a dinâmica dos fatos, desde os preparativos, como a retirada do som do carro, até a colocação de uma enxada e um fio de extensão no porta-malas, bem como a execução por meio da asfixia. Ele também revelou o local onde a vítima foi enterrada e o descarte do aparelho celular de Roberta.
Matéria referente ao processo nº 0000820-21.2012.8.02.0049
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