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Júri de ex-policial acusado de estupro e homicídio deve terminar à noite

Homem que sobreviveu à tentativa de homicídio, Agnísio dos Santos, foi o primeiro a falar, seguido pelo pai dele, e o irmão da vítima fatal, Aparecida Rodrigues

O júri popular do réu Josevildo Valentim dos Santos Júnior, ex-policial militar, foi iniciado na manhã desta quinta-feira (13/4), no Fórum do Barro Duro, em Maceió. O juiz Yulli Roter Maia, que preside o julgamento, estima que um veredito deverá ser emitido no início da noite. 

A vítima sobrevivente, Agnísio dos Santos Souto, foi o primeiro a depor. Foram ouvidos também o pai de Agnísio e o irmão da vítima fatal, Aparecida Rodrigues Pereira. No final da manhã, o réu foi interrogado. Durante a tarde, devem ocorrer os debates entre acusação e defesa. O caso tramita na 7ª Vara Criminal de Maceió.

O promotor Frederico Monteiro espera que Josevildo seja condenado por homicídio qualificado por cinco questões, quanto à vítima Aparecida: motivo torpe, meio que dificultou a defesa, intenção de ocultar outro crime (o estupro), e contexto de feminicídio.

"Existem provas robustas, significativas, todas bem correlacionadas, muito bem casadas", afirmou Frederico.

O réu confessou o crime, e o advogado Luiz Estevão Perez explicou que a defesa sustenta que Josevildo não deve ser condenado, pois sofre de esquizofrenia e psicose, e seria portanto inimputável, além de ser usuário de drogas.

"Valentim é uma pessoa doente e não era pra estar na corporação. Ele já tinha atestado, e ainda que não tivesse, entrou na Polícia sem passar pelo crivo de psiquiatras. Ele entrou, popularmente dizendo, pela janela. A junta médica liberou ele e um mês depois ele foi cometer uma insanidade. Ele é insano", disse Estevão.

O caso

Na época do fato, em 15 de outubro de 2019, Josevildo era policial militar. Ele é acusado de estuprar e matar Aparecida, e de tentar assassinar Agnísio, que estava em um início de relacionamento com Aparecida. 

Segundo os autos, Aparecida e Agnísio estavam na porta de casa, na Ponta Grossa, quando Josevildo, que trafegava pela região com seu veículo, se aproximou do casal e os rendeu utilizando uma arma de fogo.

Agnísio relata que o Josevildo ordenou que as vítimas entrassem no carro, e foi colocado na mala do veículo, enquanto  Aparecida ficou no banco do passageiro. Josevildo dirigiu até o Pontal da Barra. Ao chegar no local, o acusado iniciou o estupro.

Em seguida, o réu abriu a mala do veículo e ordenou que Agnísio saísse. Josevildo disparou quatro vezes contra ele, tendo um dos tiros acertado a vítima na nuca. Em seguida, o réu disparou duas vezes contra Aparecida, que morreu no local.