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Contrariando vontade da família Marinho, TV Gazeta inicia 2024 como afiliada da Globo
A substituta prevista para a TV Gazeta foi forçada a iniciar suas operações no canal educacional Futura, pertencente à família Marinho.
A Rede Globo inicia o ano de 2024 enfrentando um desafio legal em Alagoas. A emissora não conseguiu derrubar uma liminar da 10ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do estado, que a obriga a renovar o contrato de afiliação com a TV Gazeta.
A decisão judicial determina a continuidade do acordo até 2028, visando evitar impactos financeiros no conglomerado de comunicação pertencente ao ex-presidente Fernando Collor, atualmente em recuperação judicial.
O contrato entre a Globo e a TV Gazeta expirou em 31 de dezembro de 2023. A emissora líder nacional tentou recorrer tanto na Justiça de Alagoas quanto no Rio de Janeiro. No entanto, devido ao período de festas de fim de ano e ao recesso judiciário, não foi possível obter uma decisão a tempo.
Com isso, a TV Gazeta entrou 2024 como afiliada da Globo sem maiores problemas. . Quem se prejudicou foi a futura nova parceira da empresa no estado nordestino: uma TV comandada pelo Grupo Nordeste de Comunicação, que tem como acionista principal Vicente Jorge Espíndola, chamada de TV Elo.
O grupo já é dono da TV Asa Branca de Caruaru, cidade do agreste de Pernambuco, e afiliada da Globo desde 1991 na região. A ideia da Globo era que a TV Elo substituísse a TV Gazeta já com a chegada de 2024. A emissora não queria ter duas retransmissoras localmente porque desgastaria sua imagem.
Funcionando no canal 28 de Maceió (AL), a futura parceira global em Alagoas precisou iniciar operações com a retransmissão do canal Futura, pertencente a Fundação Roberto Marinho, instituição educativa privada da Globo.
A decisão da Justiça de Alagoas atendeu recomendação do Ministério Público do estado, que pediu na semana passada que a Globo fosse obrigada a renovar o acordo com a TV Gazeta. A recomendação era de apenas mais três anos de vínculo, mas a decisão judicial obrigou um novo contrato por mais cinco anos.
Como informou o em outubro, a Globo comunicou à TV Gazeta que não renovaria o vínculo, iniciado em 1975, por conta de escândalos envolvendo a emissora nos últimos anos.
Entre eles, está o seu uso por parte de Collor para receber propina em um esquema de corrupção. Collor foi condenado a oito anos de prisão (Supremo Tribunal Federal) em julho por conta do fato, segundo decisão do Supremo.
No início de novembro, a TV Gazeta entrou com um pedido judicial para que a Globo não finalizasse o contrato de afiliação. Segundo a emissora, sem ter o aporte da maior emissora do país, a empresa não vai conseguir cumprir acordos para pagamento de dívidas.
Caso o contrato não fosse renovado, a TV Gazeta diz ainda que haveria demissões em massa com a extinção de ao menos 209 dos 279 postos de trabalho da empresa.
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