Nesta quarta-feira (21/2), o senador Renan Calheiros (MDB) anunciou sua saída da composição da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará a conduta da petroquímica Braskem em Maceió. A decisão veio após não ser escolhido como relator presidente da CPI.

"Diante de manobras na tentativa de domesticar a CPI, decidi não participar da Comissão. Expliquei as razões em um pronunciamento na própria reunião", afirmou Renan, autor do requerimento de criação do colegiado.

Desde o início, Renan reivindicava a relatoria, porém, o senador Rodrigo Cunha se opôs à ideia, alegando que isso poderia comprometer os trabalhos, evidenciando assim o embate político entre ambos em Alagoas.

Diante do impasse, Omar Aziz definiu que o relator não seria um alagoano, indicando o senador Rogério Carvalho (PT-SE) para a função. Contrariado, Renan denunciou uma tentativa de "domesticar a CPI" e anunciou sua retirada.

Em resposta, Aziz negou as acusações e solicitou ao relator que prepare um plano de trabalho para a próxima terça-feira (27), visando estabelecer prazos e nomes a serem ouvidos nas audiências.

A CPI da Braskem tem como objetivo investigar possíveis omissões da empresa na reparação a Maceió e aos moradores de cinco bairros da capital alagoana afetados pelo afundamento do solo devido à exploração de sal-gema. O caso é considerado o maior acidente ambiental urbano já registrado no país.