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Mãe de menina encontrada enforcada quebra o silêncio e levanta suspeitas sobre o pai

Katharina foi encontrada enforcada em um estábulo na propriedade da família, no Povoado Moreira, zona rural do município de Palmeira dos Índios

Peritos realizam reprodução simulada para esclarecer morte de menina em Palmeira dos Índios - Fotos: Assessoria

Após a reprodução simulada da cena da morte de Maria Katharina Simões da Costa, de 10 anos, realizada nesta terça-feira (3/9) pela equipe do Instituto de Criminalística de Arapiraca, a mãe da menina, Maria Virgínia, de 48 anos, rompeu o silêncio e fez acusações graves contra o pai da criança.

Katharina foi encontrada enforcada em um estábulo na propriedade da família, no Povoado Moreira, zona rural do município de Palmeira dos Índios, no dia 8 de julho de 2024. Em um relato emocionado, a mulher descreveu o desespero e a busca por respostas após encontrar a filha morta.

"Não sei o que foi que aconteceu. Sei que encontrei minha filha morta. Isso me deixa muito atordoada. Estou fazendo perguntas sobre o porquê e não tenho resposta. Eu quero resposta e justiça. Isso não se faz nem com um animal, o que dirá com um ser humano, um anjo da minha vida. Tiraram a minha vida também junto com ela. Enterraram a minha vida junto com ela", desabafou a mãe.

Durante a reprodução simulada, que teve como objetivo recriar os momentos finais da menina, Virgínia acusou o pai, que estava presente no local, de comportamento agressivo e violento com a filha e com ela mesma. "Ele espancava ela, ele batia nela. No dia [da morte da menina], o filho estava com ele. O menino, no depoimento, falou que ele bateu nela. E ele mentindo, dizendo que não bateu", relatou.

A mãe também revelou que, uma semana antes do incidente, o homem fez um comentário estranho, dizendo que queria "ficar viúvo", o que gerou uma sensação de inquietação. Ela chegou a pedir a separação e uma medida protetiva contra o marido após a morte da criança.

Virgínia detalhou ainda o momento em que soube da morte da filha. "Eu estava trabalhando e em momento nenhum ele [o pai] ligou para mim. Quando liguei para ele, perguntando onde ele estava, ele disse que estava chegando na UPA com o menino acidentado, que tinha levado um corte, e a menina estava em casa. [...] Quando cheguei em casa, me deparei com a situação", contou.

O comportamento do filho mais novo, de 5 anos, também tem sido motivo de preocupação. De acordo com a mãe, o menino está apresentando mudanças drásticas de comportamento e foi levado a um psicólogo. "O menino está muito abalado. Às vezes ele surta do nada, e ele não era assim. Estou levando ele para o psicólogo. Hoje mesmo ele teve um surto. Fui pedir para ele se arrumar para ir à escola, ele disse que não queria ir", revelou.

O depoimento do menino à assistente social inclui uma alegação de que o pai deu dois tapas em Katharina quando encontrou o filho machucado. "Ele disse que o pai deu dois tapas nela. Um do lado do rosto, em que ela rodopiou e tentou se segurar, e deu outro tapa no outro lado", afirmou Virgínia.

"Estou aqui só viva, sem saber como estou conseguindo falar. Só Deus está me dando conforto. Quero justiça! Todos os dias é na polícia, fazendo perguntas. Chega!", concluiu a genitora, clamando por justiça e respostas para a tragédia que abalou sua vida.