A artesã palmarina Mestre Irinéia, de 77 anos, foi destaque na segunda edição da exposição-feira Arte dos Mestres, realizada em São Paulo entre os dias 28 de agosto e 1º de setembro de 2024. A ceramista, reconhecida como "Patrimônio Vivo de Alagoas" desde 2005, apresentou suas icônicas esculturas em barro, como as famosas "Cabeças" e "Beijos", marcando sua participação ao lado de outros mestres do Brasil.

A mostra contou com a curadoria de Josiane Masson e Marco Aurélio Pulchério, que selecionaram Mestre Irinéia e outros dois artesãos alagoanos para representarem o estado, junto com mestres e coletivos de diversas regiões do país, como Acre, Bahia, Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Pernambuco e Piauí. Cláudio Henrique Freire da Silva, conhecido como “Cláudio Capela”, outro artesão de Alagoas, exibiu miniaturas em barro inspiradas em sua cidade natal, Capela, e em memórias de infância com seu tio, o mestre João das Alagoas.

As peças exclusivas de Cláudio Capela encantaram o público pela riqueza de detalhes e simplicidade, sendo todas vendidas no primeiro dia da exposição. O artesão, que já teve suas obras expostas no Museu do Pontal, no Rio de Janeiro, e na 2ª Bienal Internacional de Cerâmica de Jingdezhen, na China, reforçou a relevância de sua arte no cenário nacional e internacional.

Mestre Irinéia, apesar de limitações de saúde e da produção reduzida, conseguiu criar peças para a exposição com o apoio de familiares. Nascida no povoado de Muquém, em União dos Palmares, remanescente do Quilombo dos Palmares, ela foi a primeira ceramista da região a produzir obras figurativas, tornando-se uma referência cultural e artística para o estado e para o Brasil.