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Prevenção em gestantes reduz casos de sífilis congênita em Alagoas

Diagnóstico precoce evita transmissão da doença para bebês, contribuindo para a saúde pública no estado

Assistência a gestantes evita transmissão de sífilis em bebês em Alagoas - Fotos: Reprodução/Emmanuel Franca

O estado de Alagoas registrou 481 casos de sífilis congênita em 2023, conforme dados apresentados pelo Ministério da Saúde durante o ‘Seminário Integrado da Sífilis – Unindo Forças para a Eliminação’, realizado na última segunda-feira (14), em Brasília. O Boletim Epidemiológico de 2024 também revelou que, em nível nacional, houve uma redução de 1.511 casos da doença em bebês menores de um ano, comparado ao ano anterior, refletindo os avanços no diagnóstico precoce em gestantes.

Os dados mostram que 71% dos casos de sífilis congênita foram evitados em 2023 no Brasil, um resultado que aponta para o sucesso das estratégias de tratamento durante o pré-natal. A transmissão da doença pode ser praticamente eliminada quando diagnosticada e tratada adequadamente em gestantes.

O diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), Draurio Barreira, reforçou o compromisso de erradicar a sífilis e outras infecções até 2030. “Vamos eliminar a sífilis e outras infecções como problema de saúde pública até 2030. Esse é o nosso compromisso”, afirmou.

Além de Alagoas, o evento destacou os avanços no país como um todo. Pâmela Gaspar, coordenadora-geral de Vigilância das Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), enfatizou a importância de ações integradas e o papel de todos os envolvidos na prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis.

Representantes da Opas, Conasems e do Movimento Nacional das Cidadãs Positivas também participaram do seminário, reforçando a união de esforços em torno da eliminação da sífilis congênita no Brasil.

Dados epidemiológicos

De acordo com o último Boletim Epidemiológico de Sífilis, em 2023 foram notificados no país 242.826 casos de sífilis adquirida, 86.111 casos de sífilis em gestantes, 25.002 casos de sífilis congênita, além de 196 óbitos por sífilis congênita.

O diagnóstico da doença é realizado por teste rápido e exames laboratoriais. O Ministério da Saúde adquire e distribui para os estados e municípios testes rápidos de sífilis (detectam anticorpos treponêmicos) e testes rápidos do tipo DUO, que investigam infecção por HIV e sífilis simultaneamente. Os testes DUO começaram a ser distribuídos em maio deste ano.

Em 2023, mais de 14 milhões de testes rápidos foram distribuídos pela pasta em todo o país. Neste ano, até agosto, foram distribuídos 5.689.240 testes rápidos e 1.955.100 de DUO HIV/Sífilis, totalizando 7.644.340 testes.

Combate à sífilis

Todo terceiro sábado do mês de outubro, o Dia de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita é celebrado no Brasil. A pauta é uma das prioridades do Ministério da Saúde que, por meio do Programa Brasil Saudável, está engajado em eliminar a transmissão vertical da doença como problema de saúde pública até 2030. Além da disponibilização de testes rápidos aos estados e municípios, a pasta realiza a dispensação de penicilina para o tratamento da sífilis adquirida, sífilis em gestantes e congênita.

Uma das estratégias reforçadas com a criação do Brasil Saudável é a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical de HIV, sífilis, hepatite B, HTLV e doença de Chagas para municípios com 100 mil habitantes ou mais e estados, que visa reconhecer e difundir boas práticas voltadas à prevenção da transmissão vertical dessas infecções no país.

Entre 2022 e 2023, 48 municípios e dois estados receberam algum tipo certificação (eliminação ou selos de boas práticas ouro, prata ou bronze) relacionados à sífilis. Para este ano, as solicitações de certificação recebidas pelo ministério estão em processo de análise, com cerimônia de certificação prevista para o final do ano.

*Com informações do Ministério da Saúde