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Mestre em Ciência da Informação se posiciona contra a proibição de celulares nas escolas; entenda

Márcio Adriano Costa argumenta que o uso consciente de smartphones pode enriquecer a aprendizagem e critica a exclusão dessa ferramenta no contexto educacional

Mestre em Ciência da Informação pela UFAL, Márcio Adriano Costa - Fotos: Reprodução/Instagram

O mestre em Ciência da Informação pela UFAL, Márcio Adriano Costa, se posicionou publicamente contra a decisão que visa proibir o uso de celulares em escolas no Brasil. A medida tem ganhado força com diversos projetos de lei tramitando na Câmara dos Deputados, como o PL nº 104/2015, que propõe a proibição de aparelhos eletrônicos em salas de aula, exceto quando utilizados em atividades pedagógicas específicas.

Recentemente, o Ministério Público Federal (MPF) abriu um procedimento para investigar a regulamentação do uso de smartphones nas unidades de ensino públicas e privadas de Alagoas. O órgão solicitou informações às Câmaras Municipais de Maceió e à Assembleia Legislativa do estado, buscando identificar se há projetos ou leis locais tratando do tema.

Márcio argumenta que a problemática não está na ferramenta em si, mas na qualidade da educação oferecida. Para ele, quando o ensino é adequado, o celular pode ser um aliado no processo de aprendizagem, servindo como suporte mediado por professores e outros profissionais capacitados. "Ele (o celular), é em sua essência um dispositivo que precisa ser utilizado de forma mediada por professores e/ou profissionais de informação com competência em Informação e Midiática", declarou o mestre.

Ele reforça que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já prevê o desenvolvimento da competência digital nas escolas, e a exclusão do celular enquanto ferramenta pedagógica seria um retrocesso, tanto para a educação quanto para a economia. Acrescenta que excluir o celular no contexto da cultura digital atual não é razoável para o desenvolvimento educacional, e impactaria negativamente até mesmo a geração de emprego e renda no país.

Segundo Costa, o celular não deve ser visto como o vilão da falta de concentração dos alunos, mas sim como um recurso que, quando bem utilizado, pode enriquecer o aprendizado. Ele destaca a importância de uma formação adequada para professores e outros profissionais da educação, que precisam ser capacitados para guiar o uso responsável dessas tecnologias em sala de aula.

Leia na íntegra:

"Na concepção o problema não está no uso da ferramenta (Celular) nas escolas públicas e privadas, o nosso problema é que há educação de qualidade no país, pois quando há pessoas com educação plena, o celular será sempre um suporte que deve ser usado como meio e, não como um fim, que, não pode ser mais importante do processo pedagógico crítico sobre às realidades sociais no Brasil e no mundo.

Portanto, ele (o celular), é em sua essência um dispositivo que precisa ser utilizado de forma mediada por professores e/ou profissionais de informação com competência em Informação e Midiática, visando dar aos alunos, caráter de uso adequado nas disciplinas, conteúdos e assuntos relacionados à BNCC, que, na ocasião, traz a competência digital como disciplina a ser realizada e desenvolvida em todos as escolas do Brasil.

Logo, o problema não está no Celular, mas, na falta de pessoas: professores, técnicos, coordenadores pedagógicos, bibliotecários e demais profissionais de informação contextualizados no sistema educacional que não possuem competência em Informação e Midiática.

Finalmente, não podemos como um vilão, que, não contribui com a educação no país. Tampouco entendê-lo como se fosse o único problema de termos alunos com falta de atenção e/ou de concentração no sistema educacional brasileiro. Acredito que temos, sim, que nos preocuparmos com todos os gargalhos que impedem de termos uma educação de qualidade com Equidade.

Descarte, excluir o celular enquanto ferramenta digital pedagógica em plena cultura digital, ratificada no BNCC, e, da cultura digital no presente século, não é razoável tanto para o desenvolvimento educacional, como para o crescimento econômico do Brasil, pois, a indústria de celular e consumo desse equipamento cairá gastante, impactando, assim, a geração de renda e emprego."