O influenciador digital Igor Campioni, conhecido como “Pai do Orgânico”, foi preso novamente na tarde desta terça-feira (10/12) em sua residência, localizada no bairro da Ponta Verde, em Maceió. A prisão ocorre após o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) recorrer da decisão judicial que havia concedido a liberdade provisória a Igor na última sexta (6). O influenciador é sócio de Kel Ferreti, que também está preso, e ambos são suspeitos de envolvimento com uma organização criminosa que realiza lavagem de dinheiro por meio de jogos de azar online.

A 17ª Vara Criminal da Capital havia concedido a liberdade provisória a Campioni com restrições cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de contato com outros investigados. A defesa alegou que o influenciador sofre de “surtos de paroxismos epileptiformes”, mas o Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) argumentou que a alegação não condiz com a realidade, já que Igor mantém uma vida social ativa, incompatível com a condição de saúde apresentada.

Após a prisão, Igor foi encaminhado à Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) e, posteriormente, deverá ser levado ao sistema prisional.

A Operação Trapaça, que investiga o esquema de lavagem de dinheiro, tem como foco o “Fortune Tiger”, mais conhecido como Jogo do Tigrinho, promovido e divulgado por influenciadores digitais. O MP aponta que Ferreti seria o líder da organização criminosa, que tem se beneficiado de um esquema milionário de apostas online, induzindo seus seguidores a participarem. A investigação revelou movimentações financeiras suspeitas e o uso de “laranjas” para ocultar bens, como veículos de luxo registrados em nome de terceiros.

Além da prisão de Igor, a operação resultou no cumprimento de oito mandados de prisão e busca e apreensão em Maceió e em Ribeirão Preto, São Paulo. Na residência de Kel Ferreti, foram apreendidos cerca de R$ 20 mil, quase 40 celulares, documentos e um veículo de luxo. Os policiais também encontraram quadros de figuras como o narcotraficante Pablo Escobar e Don Vito Corleone, personagem do filme “O Poderoso Chefão”.

O Ministério Público de Alagoas também obteve acesso a dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que indicam a possível prática de lavagem de dinheiro por meio de transferências fragmentadas. A operação levou ao bloqueio de R$ 21,2 milhões e de 10 veículos de luxo.