A Prefeitura de Cajueiro, localizada no interior de Alagoas, anunciou ontem (27) que mais de mil pessoas procuraram o hospital da cidade apresentando sintomas como diarreia, vômito e febre, causados pelo Rotavírus. Esse vírus é um dos principais responsáveis por doenças diarreicas agudas (DDA), conforme definido pelo Ministério da Saúde.

Desde a semana passada, pacientes com sintomas gripais e gastrointestinais têm sido atendidos pela equipe do Hospital Municipal de Cajueiro. Seguindo o protocolo sanitário, a prefeitura realizou coletas de água em vários pontos da cidade, incluindo a rede de abastecimento e caixas d’água de residências em diferentes localidades. As amostras foram enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) para análise.

Os resultados, divulgados na segunda-feira (27), indicaram que a água coletada não apresentava contaminação ou impurezas. No entanto, as análises das amostras biológicas dos pacientes confirmaram que o aumento nos atendimentos hospitalares foi causado pelo Rotavírus, um vírus transmitido principalmente pela via fecal-oral.

Diante da alta demanda, a Prefeitura de Cajueiro reforçou o atendimento no Hospital Municipal com médicos plantonistas e implementou ações preventivas e educativas, orientando a comunidade sobre a importância da higiene pessoal e do consumo seguro de alimentos e água.

A Secretaria de Saúde enfatizou a necessidade de manter hábitos de higiene rigorosos, como lavar as mãos com frequência e higienizar os alimentos antes do consumo, medidas essenciais para prevenir a propagação do Rotavírus e outras doenças virais.

Sobre o Rotavírus

O Rotavírus, causador da rotavirose, é transmitido pela via fecal-oral, seja por contato direto entre pessoas, ingestão de água ou alimentos contaminados, ou contato com objetos contaminados. O vírus é encontrado em grandes quantidades nas fezes de crianças infectadas. O período de incubação é, em média, de dois dias, e a excreção viral atinge seu pico entre o terceiro e o quarto dia após o início dos sintomas. No entanto, o vírus pode continuar presente nas fezes mesmo após o fim da diarreia.

Os sintomas mais comuns, especialmente em crianças de seis meses a dois anos, incluem vômitos repentinos, diarreia aquosa e explosiva, e febre alta. Em adultos, a infecção pode ser leve ou até assintomática. Nos casos graves, o Rotavírus pode levar a desidratação, febre e, em situações extremas, à morte.

A prevenção inclui a administração da vacina contra o Rotavírus em crianças menores de seis meses, com duas doses via oral, aos 2 e 4 meses de idade, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. A vacina não é recomendada para crianças com imunodeficiência, que usam imunossupressores ou quimioterápicos, ou que tenham histórico de doenças gastrointestinais graves.

Além da vacinação, outras medidas preventivas incluem práticas de higiene adequadas, como lavar as mãos regularmente e garantir o consumo de água e alimentos seguros. Essas ações são fundamentais para reduzir o risco de infecção e controlar a disseminação do vírus.