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Homem é preso após tentar invadir o STF e planejar ações extremistas em Brasília

Suspeito de 52 anos pulou a cerca do tribunal, ameaçou ministros e tinha materiais perigosos em casa; caso é o terceiro ataque ao STF desde novembro

Suspeito de 52 anos pulou a cerca do tribunal - Fotos: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Um homem de 52 anos foi preso nesta quinta-feira (29) em Samambaia, região metropolitana de Brasília, após tentar invadir a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) na última quarta-feira (28). O suspeito pulou a cerca do tribunal e, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), proferiu ameaças, ofensas e hostilizações contra ministros da Corte.

A prisão ocorreu após investigações que apontaram que o homem "planejava ações extremistas". Ao ser localizado em sua residência, ele resistiu à abordagem policial, tentou agredir os agentes e acabou detido em flagrante por resistência e desacato. Durante a operação, foram encontrados em sua casa bilhetes que confirmavam suas intenções violentas, um artefato para a construção de uma bomba caseira e um casaco de uso exclusivo da Polícia Militar do DF.

A PCDF investiga as motivações do suspeito, incluindo possíveis ligações partidárias e crimes de apologia ao crime e ameaças aos ministros do STF. Este é o terceiro caso do tipo em menos de quatro meses. Em 13 de novembro, Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, detonou explosivos na Praça dos Três Poderes. Já em 29 de dezembro, Lucas Ribeiro Leitão foi preso na Bahia sob suspeita de planejar ataques em Brasília.

O episódio ocorre 10 dias após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas por suposta organização criminosa relacionada aos atos de 8 de janeiro. A PGR afirma que o ataque ao STF foi "fomentado e facilitado" pelo grupo.

O STF tem sido alvo constante de ameaças. Desde os atos de 8 de janeiro, a Polícia Federal registrou mais de mil e-mails intimidatórios dirigidos à Corte e seus ministros. O ministro Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União (AGU), repudiou a nova tentativa de invasão e defendeu a responsabilização dos envolvidos nos ataques ao STF.