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Alagoas registra maior renda média da história, mas ainda está entre os estados mais pobres e desiguais do país

Dados do IBGE mostram que rendimento médio em AL cresceu 17,46%, mas estado ocupa 22ª posição nacional; desigualdade e dependência de programas sociais continuam altas

Renda do alagoano subiu, mas ainda é bem baixa comparada a média do brasileiro - Fotos: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias

Alagoas registrou entre 2023 e 2024 o maior rendimento médio mensal da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. Os dados da PNAD Contínua mostram um crescimento de 17,46% na renda da população, chegando a os alagoanos receberem, em média, R$2.160 em 2024. A média brasileira é de R$3.057.

Melhora no rendimento per capita, mas patamar ainda baixo

O rendimento mensal real per capita em Alagoas teve a quarta maior alta do Brasil (48,5% desde 2012), ficando atrás apenas de Pernambuco, Sergipe e Paraná. No entanto, o valor de R$ 1.317 em 2024 coloca o estado entre os cinco com menor renda per capita, à frente apenas do Acre, Amazonas, Ceará e Maranhão.

Desigualdade: Alagoas é o 6º estado mais concentrado em renda

Enquanto a renda média cresce, a desigualdade segue alta. O índice de Gini, que mede a concentração de renda (quanto mais perto de 1, pior), ficou em 0,518 em 2024 – o sexto maior do país. O Distrito Federal lidera (0,547). Em Alagoas, o pico de desigualdade foi em 2018 (0,550), com melhora em 2023 (0,486), mas voltou a subir.

Dependência de programas sociais

Os programas de transferência de renda têm peso significativo:

- 34,4% dos domicílios recebem Bolsa Família (7º maior percentual do país; média nacional: 18,7%).
- 8% têm BPC-LOAS (2º maior índice, atrás apenas do Amapá).
- Outros programas sociais complementam a renda em 7% das residências.

Os números mostram pouca variação na última década: em 2012, 34,1% dos lares recebiam Bolsa Família; em 2023, eram 34,9%.