O documentário “Memórias Wassu”, que resgata e preserva a memória do povo indígena Wassu Cocal, de Joaquim Gomes, em Alagoas, vem emocionando espectadores por onde passa.

Um dos locais em que a obra foi recentemente exibida foi a Faculdade de Direito, Ciências e Tecnologias Santa Maria Madalena (FADICT), no curso de Licenciatura em Pedagogia.

Para a aluna Luciana Maria, a experiência foi profundamente marcante. “Tive o privilégio de conhecer a história do seu povo através do documentário ‘Memórias Wassu’. Que riqueza de informações sobre a trajetória, a luta e os desafios enfrentados no passado e no presente! É admirável perceber que, apesar de tantas agruras, a gratidão e o amor pela cultura do seu povo permanecem vivos, notáveis e inspiradores”, afirmou.

Com direção de Rocheli Messias e idealização de Rosineide Silva, presidente da Associação Indígena de Pais e Mestres da Aldeia Wassu Cocal (AIPM-AWC), o documentário foi lançado oficialmente em novembro de 2024, na Escola Indígena Estadual José Máximo de Oliveira, localizada na própria Aldeia Wassu Cocal.

O filme tem 28 minutos de duração e traz depoimentos dos mais velhos da comunidade, entre eles o pajé da aldeia e Maria Bezerra, a primeira professora das escolas indígenas locais.

O roteiro, elaborado por Rocheli Messias e Rosineide Silva, percorre temas como religião, cultura, medicina natural, tradição, políticas públicas, território e educação indígena. O curta foi gravado de forma colaborativa entre março e maio de 2024. A edição foi concluída em agosto pelas mãos da indígena Andreza Alves.

“Durante o processo, surgiu um novo olhar sobre a historicidade do povo Wassu, uma nova forma de ver a educação e suas especificidades, e as políticas pelas quais ainda estamos lutando. Esse documentário incentiva a valorização da cultura e da luta do nosso povo”, declarou Rosineide Silva.

A diretora Rocheli Messias destacou o caráter afetivo e comunitário da produção.

“Foi tudo feito de forma simples, mas com muito amor. Gravamos nos fins de semana, ouvimos as histórias com emoção e verdade. A ideia partiu da Dona Rosineide, e apesar dos poucos recursos conseguimos realizar algo significativo, com acessibilidade em Libras e pensado para permanecer como registro histórico.”

Sobre a associação

Desde 2001, a comunidade vem realizando atividades e passando por várias mudanças.

Em 2025, com nova formação, a Associação Indígena de Pais e Mestres da Aldeia Wassu Cocal conseguiu aglutinar forças voltadas para a assistência social e necessidades da comunidade, além de poder representar as aspirações dos presentes junto ao poder público e à iniciativa privada.

Além da exibição inicial na aldeia, “Memórias Wassu” já foi apresentado em três escolas indígenas, em uma escola de Maceió, e segue em itinerância por escolas estaduais de Alagoas, universidades e comunidades. A veiculação digital no canal da associação no YouTube será a última etapa de divulgação.

O projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, através do Ministério da Cultura (Minc), operacionalizado pelo Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa (Secult).