A pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (2) revelou o posicionamento majoritário dos deputados federais sobre diversas pautas em discussão no Congresso Nacional. O levantamento, que ouviu 203 parlamentares entre 7 de maio e 30 de junho, com margem de erro de 4,5 pontos percentuais, apontou que 70% dos deputados são contrários ao fim da jornada de trabalho 6x1, enquanto apenas 22% apoiam a proposta. Essa resistência ocorre mesmo após a pressão de movimentos sociais no final do ano passado, que levou à apresentação de uma PEC sobre o tema pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP).

Por outro lado, os deputados demonstraram amplo consenso em relação a algumas medidas econômicas: 88% apoiam a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda, mostrando sensibilidade às demandas da população por alívio tributário. O mesmo percentual favorável foi registrado para a exploração de petróleo na Amazônia, posição que colide com a do Ministério do Meio Ambiente. Outra proposta com forte apoio (76%) foi o aumento das penas para crimes de roubo, indicando uma tendência conservadora na Casa em questões de segurança pública.

A pesquisa também revelou divisões profundas em temas sensíveis: a PEC da Segurança Pública e a taxação de super-ricos aparecem tecnicamente empatadas, dentro da margem de erro. Já propostas como a exclusão do Judiciário do teto de gastos e a regulamentação de supersalários enfrentam forte rejeição, com 70% e 53% de oposição, respectivamente. Os resultados sugerem um Congresso mais alinhado com pautas econômicas populares, mas dividido em questões trabalhistas e de reformas estruturais, refletindo as complexas negociações políticas em curso no Legislativo.

Com informações do Estadão e do Portal Terra.