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Governo cria grupo de trabalho para avaliar retaliações a tarifas dos EUA
Após anúncio de taxação de 50% sobre exportações brasileiras, equipe ministerial buscará alternativas comerciais e diplomáticas

O governo federal anunciou a formação de um grupo de trabalho interministerial para analisar medidas de resposta às novas tarifas de 50% sobre exportações brasileiras para os Estados Unidos, impostas por Donald Trump. De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, o grupo avaliará três frentes de ação: medidas econômicas de retaliação baseadas na Lei de Reciprocidade Econômica, a diversificação de mercados para os produtos afetados e a continuação das negociações diplomáticas até o dia 1º de agosto, quando as tarifas entrarão em vigor.
A decisão americana foi comunicada através de carta enviada ao presidente Lula, na qual Trump acusou o STF de censurar plataformas digitais dos EUA - alegação feita sem apresentação de provas - e classificou o processo judicial contra o ex-presidente Bolsonaro como "caça às bruxas". O representante comercial americano foi instruído a abrir investigação com base na Seção 301 da legislação comercial dos EUA, mecanismo usado para apurar práticas comerciais consideradas desleais.
Contrastando com as alegações de Trump, dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio mostram que o Brasil acumula déficit comercial em relação aos EUA desde 2009. Os setores mais vulneráveis são o siderúrgico e o de alumínio, que já enfrentam tarifas de 25% e 10% respectivamente, com impacto direto em cerca de 127 mil empregos industriais.
Em resposta às medidas, o presidente Lula reafirmou a soberania nacional, declarando que o Brasil "não aceitará ser tutelado por ninguém". O Itamaraty devolveu simbolicamente a carta de Trump à embaixada americana, considerando seu conteúdo ofensivo.
O grupo de trabalho terá quinze dias para apresentar propostas concretas, incluindo uma lista de produtos americanos para possíveis retaliações, estratégias para ampliar mercados alternativos na China, União Europeia e África do Sul, além de análise jurídica para eventual contestação na Organização Mundial do Comércio.
Com informações do G1.
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