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Criança engole pilha-botão durante brincadeira e é salva após cirurgia em Maceió

Menino de 6 anos passou por procedimento no Hospital Geral do Estado após engolir o objeto em desafio com a irmã

Filho de Maria Laura não sabia sobre os perigos de uma pilha posta na boca - Fotos: Thallysson Alves

Na tarde do último domingo (10/8), um desafio entre irmãos quase terminou em tragédia para a família da cabeleireira Maria Laura da Silva, moradora do bairro Clima Bom, parte alta de Maceió. O filho dela, de 6 anos, engoliu acidentalmente uma pilha-botão enquanto tentava superar a irmã de 12 anos em um desafio de quem ficava mais tempo com o objeto na boca.

Maria Laura contou que tudo parecia tranquilo até que os gritos do menino alertaram a casa. De repente, ambos ouviram os gritos do caçula, que assustado não conseguia explicar o que havia acontecido. Mais assustada ainda, Maria não sabia o que fazer imediatamente, tentou fazer massagens para causar a volta da pilha, sem sucesso.

Ela foi orientada pela própria mãe a levar o garoto para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde um raio-x confirmou a presença da pilha no abdômen da criança. “Como não tinham como retirá-la, pois se tratava de uma unidade pré-hospitalar, informaram que iriam solicitar a transferência para o HGE e me apeguei nas afirmações de que a unidade conta com os melhores médicos”, disse.

No Hospital Geral do Estado, a equipe médica realizou exames e o endoscopista indicou a necessidade de cirurgia para retirar o objeto, procedimento que foi realizado com sucesso. O menino permanece internado para monitoramento.

O pediatra Carlos Vinícius Jorge alertou sobre os riscos do acidente. “Engolir uma pilha, especialmente uma pilha-botão, é extremamente perigoso e pode matar. Ao entrar em contato com a saliva, ela desencadeia uma reação química que causa danos graves ao sistema digestivo. Além disso, o dispositivo pode gerar queimaduras químicas e obstrução do trato respiratório. As lesões podem surgir em vários órgãos, como esôfago e estômago, com risco de perfuração e sangramento”.

Em situações como essa, o médico orienta: “Não é recomendável provocar o vômito, pois essa movimentação aumenta o risco de danos. Também não é bom beber líquidos ou consumir alimentos. E na hora que o médico examinar, é importante indicar qual foi o tipo de pilha engolida”.

Para prevenir acidentes, o especialista recomenda que “os adultos devem manter as pilhas fora do alcance de menores e se certificar que nos aparelhos elas estão em compartilhamentos devidamente fechados. Também é importante que os pais conversem com os seus filhos explicando o porquê de ser perigoso pôr a pilha na boca. E se a pilha for posta no nariz ou no ouvido, fique atento aos sintomas de dor e não administre gotas nasais ou auriculares. É buscar atendimento médico imediato”, finalizou.