O empresário Antônio Carlos Camilo, mais conhecido como “Careca do INSS”, deixou de comparecer à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta segunda-feira (15/9), após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, que o desobrigou a prestar depoimento. A medida surpreendeu o colegiado, que investigava o esquema de fraudes em benefícios previdenciários.

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), lamentou o cancelamento e destacou a importância do depoimento de Camilo para esclarecer o desvio de recursos do Instituto Nacional do Seguro Social. “Perdemos a chance de ouvir um dos principais investigados, mas continuaremos nosso trabalho para que os responsáveis sejam identificados e punidos”, afirmou.

O depoimento estava marcado após a prisão do empresário na sexta-feira (12), durante uma nova fase da Operação Sem Desconto da Polícia Federal. Mesmo com a convocação aprovada pela comissão, a decisão do ministro liberou Camilo da obrigação de comparecer, ainda que ele pudesse exercer o direito de permanecer em silêncio.

Segundo as investigações da PF, Camilo atuava como intermediário em associações envolvidas no esquema de fraude, recebendo recursos desviados de benefícios e repassando parte deles a servidores do INSS, familiares ou empresas ligadas ao instituto.

Diante da decisão de Mendonça, a CPMI planeja recorrer para tentar garantir a oitiva do empresário e avançar nas apurações sobre o caso, considerado um dos maiores esquemas de desvio de recursos previdenciários investigados nos últimos anos.

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