Aumento da violência em Minas e em São Paulo expõe principais nomes da direita bolsonarista

O desempenho frágil na segurança pública coloca em xeque o discurso de eficácia gerencial tanto de Zema quanto de Tarcísio

Zema e Tarcísio, governadores de Mnias Gerais e São Paulo. - Fotos: Reprodução

Enquanto o Brasil registrou queda de 5,4% nas taxas de homicídios em 2024, dois estados governados pelas principais lideranças bolsonaristas – Minas Gerais (Romeu Zema) e São Paulo (Tarcísio de Freitas) – seguiram na contramão e viram a violência aumentar.


Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam que Minas teve alta de 5% nos crimes violentos, enquanto São Paulo, mesmo mantendo a menor taxa do país (8,2), registrou crescimento de 7,5% – um sinal preocupante para os dois governadores que se projetam como futuros presidenciáveis da direita.

O desempenho frágil na segurança pública coloca em xeque o discurso de eficácia gerencial que tanto Zema quanto Tarcísio utilizam em suas narrativas políticas. Zema, que se apresenta como alternativa técnica ao governo Lula e é cotado para disputar a Presidência em 2026, não conseguiu evitar que Minas Gerais – um estado sem histórico de violência extrema – registrasse piora nos índices. Já Tarcísio, apontado como sucessor político de Bolsonaro, viu São Paulo, tradicional exemplo de segurança, dando sinais de retrocesso após anos de estabilidade.

Gestão de Direita não é garantia


A contradição fica ainda mais evidente quando comparada a estados governados por outras correntes políticas. Enquanto Minas e São Paulo patinaram, o Rio de Janeiro (-10,8%) e o Espírito Santo (-11,2%), também administrados por aliados de Bolsonaro, reduziram significativamente suas taxas de violência. O cenário mina a narrativa de que a "gestão de direita" é, por si só, garantia de melhores resultados – e expõe a vulnerabilidade de Zema e Tarcísio como líderes nacionais.

Com a eleição de 2026 no horizonte, os números da violência em Minas e São Paulo tornam-se um problema político estratégico para a direita bolsonarista. Se dois de seus principais nomes não conseguem frear a criminalidade em seus próprios estados, como convencerão o eleitorado de que têm a solução para o Brasil? A pergunta, agora, ecoa não só nos gabinetes, mas nas ruas.

Fonte: Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024 | Dados consolidados em 23/07/2025.

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