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CPI: Vice-presidente da Braskem recorre ao STF para ficar em silêncio
Relatório pode ser apresentado na quarta-feira (15) para votação na próxima semana.
Os integrantes da CPI da Braskem vão tentar ouvir nesta terça-feira (14/5) o vice-presidente da empresa, Marcelo de Oliveira Cerqueira, e o engenheiro Paulo Roberto Cabral de Melo. O executivo, que trabalha na petroquímica há mais de 27 anos, no entanto, pediu ao Supremo Tribunal Federal para permanecer em silêncio, já que ele é investigado, tendo garantido o direito de não se autoincriminar.
Apesar de ter garantido um habeas corpus para não responder às perguntas dos senadores, o engenheiro faltou ao depoimento na semana passada e agora corre o risco de ser conduzido de maneira coercitiva.
O presidente da CPI, senador Omar Aziz, do PSD do Amazonas, antecipou que os questionamentos serão técnicos aos dois convocados. E ressaltou que o primeiro representante da Braskem ouvido admitiu a responsabilidade da empresa no afundamento do solo em Maceió.
"Mas eu acho que o depoimento mais importante foi de um diretor da própria Braskem admitindo a culpa, até então você não tinha essa admissibilidade. E na terça-feira, está sendo convocado o vice-presidente da Braskem e a gente vai se aprofundar mais em relação à técnica utilizada, à não fiscalização correta que tinha que ser feita pra gente não chegar nesse momento como nós chegamos. São questões técnicas e não são questões políticas. A CPI é uma CPI que investiga. Ela tecnicamente se auxilia daqueles dados que são dados para gente", disse Omar.
Na quarta-feira (15), está prevista a apresentação do relatório do senador Rogério Carvalho, do PT de Sergipe, que deverá incluir no parecer sugestões que contemplem os moradores que estão nos bairros monitorados, que ainda não foram realocados.
O comerciante Carlos Cavalcante teve que demitir cinco funcionários e vender refrigeradores, prateleiras, entre outros, após a desocupação do Pinheiro. Ele espera que a CPI possa fazer algo pelos moradores que estão na chamada área de borda.
"As pessoas sumiram. Depois que aconteceu esse acidente aí, o povo sumiu, e o povo da rua todinho. Tirou um lado, o outro lado não tirou. Venho sofrendo assim angústia porque a gente não tem cliente para trabalhar. Eu tenho esse aqui há 40 anos, fazia o movimento até bom aqui e hoje acabou tudo. Minha vida foi totalmente destruída por causa disso", disse ele.
Se apresentado nesta quarta-feira, o relatório da CPI da Braskem deverá ser votado no dia 22. Se aprovado, o documento será encaminhado para o Ministério Público Federal, Polícia Federal e Poder Judiciário. Da Rádio Senado, Hérica Christian.
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