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Deputado Alexandre Ayres sugere lei que expõe nomes de Pedófilos em Alagoas

Texto do projeto prevê que deverá ser considerado pedófilo aquele que tenha contra sua pessoa decisão transitada em julgado

Deputado Alexandre Ayres - Fotos: Assessoria

O deputado estadual Alexandre Ayres (MDB), apresentou na Assembleia Legislativa do Estado (ALE/AL), o Projeto de Lei 873/2024 que cria o Cadastro Estadual de Pedófilos em Alagoas. A proposta pretende reunir em um banco de dados todas as informações sobre pessoas condenadas com decisão transitada em julgado por cometer crimes sexuais contra crianças e adolescentes.

Existem cadastros semelhantes nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que incluem fotos, dados, situação penal, além do grau de parentesco, relação e idades de suspeito e vítima e as circunstâncias em que o crime foi praticado. O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) legitimou a criação desse cadastro estadual de pedófilos em uma votação unânime da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 6620, na sessão de 18 de abril deste ano.

O texto do projeto de Ayres prevê que deverá ser considerado pedófilo aquele que tenha contra sua pessoa decisão transitada em julgado em processo de apuração de crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes e crimes previstos na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), que tenham conotação sexual.

De acordo com a matéria, caberá à Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL), o cadastro e a responsabilidade de regulamentar a criação, a atualização, a divulgação e o acesso, observadas as determinações da Lei. "O Cadastro Estadual de Pedófilos deverá conter, no mínimo, dados pessoais completos, foto, que deve ser de frente para ocorrer a melhor identificação das pessoas, e características físicas, grau de parentesco e/ou relação entre o cadastrado e a vítima, idade do cadastrado e da vítima, circunstâncias e local em que o crime foi praticado, endereço atualizado do cadastrado e histórico de crimes", reitera o texto do projeto de lei.

Para retirada do nome do referido cadastro, ainda segundo o projeto de lei, o interessado deverá apresentar requerimento dirigido ao Secretário de Estado da Segurança Pública de Alagoas, comprovando o cumprimento da pena, e será realizada a confirmação pelo órgão competente das informações constantes do requerimento e retirado seu nome dos cadastros, num prazo máximo de 60 dias.

Na justificativa, o parlamentar reforça que é crescente e preocupante o número de crimes contra a dignidade sexual praticados contra crianças e adolescentes, assim como as redes organizadas de pedofilia. Pensando na segurança de crianças e adolescentes em Alagoas, o projeto vai buscar dissipar informações a respeito de pessoas que tenham contra si sentença judicial transitada em julgado por crimes contra a dignidade sexual e crimes de cunho sexual previstos na Lei Nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

“Conhecer quem são esses pedófilos, onde e como agem é de extrema importância. Dessa forma, as autoridades e a sociedade civil podem monitorá-los e adotar medidas preventivas que evitem a reincidência do crime”, concluiu Alexandre Ayres, reforçando que o projeto não se opõe ao processo de ressocialização de quem quer que seja condenado por qualquer tipo de crime. "Como advogado praticante e como humanista, entendo que o objetivo de uma pena não é castigar. A penalidade não busca infligir sofrimento ao condenado como forma de expiação de um delito, e sim procura alcançar uma reparação à sociedade pelo dano sofrido".

Atenção às vítimas de agressão sexual em Alagoas

O deputado destacou que, à época em que esteve à frente da Secretaria Estadual de Saúde, sempre prezou pela inserção de esforços às vítimas de agressões sexuais. Uma de suas ações enquanto gestor foi a inauguração da Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVs), assim como a abertura da Sala Lilás, no Hospital da Mulher, proporcionando então espaço adequado para o acolhimento e suporte às vítimas durante os exames periciais, evitando o constrangimento da exposição da pessoa violentada nas delegacias e/ou IML durante os exames periciais.

Na condição de secretário estadual da saúde, em 2020, Ayres também lançou o aplicativo Fica Bem, visando reduzir a subnotificação das denúncias de violência sexual, ação integrada à RAVVs, vinculado à SESAU.

Para Ayres, proteger as crianças alagoanas é um gesto que não tem preço e que não pode ser postergado ou negligenciado. "Estamos diante de um gravíssimo problema e não podemos esperar que essa tragédia aumente. Prevenir é o mote para ação", concluiu o parlamentar.