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Filhos fictícios: Entenda como funcionava o esquema de fraude contra o INSS em União

Segundo a PF, o esquema causou um prejuízo de quase R$ 13 milhões e contava com participação de servidor

Esquema criava identidades fictícias para crianças que nunca existiram - Fotos: PF-AL

Um esquema que causou um prejuízo de quase R$ 13 milhões aos cofres públicos foi desarticulado pela Polícia Federal (PF) em Alagoas nesta terça-feira (18/6). A operação "Geração Espontânea" teve como objetivo cumprir mandados de busca e apreensão nos municípios de União dos Palmares, São José da Laje, Murici e Maceió.

Segundo as investigações, a organização criminosa operava selecionando cadastros de segurados já falecidos do Regime Geral de Previdência Social, com a colaboração interna de um servidor. Esses cadastros eram então utilizados fraudulentamente para estabelecer pensões por morte.

A segunda etapa do esquema envolvia a criação de identidades fictícias para crianças que nunca existiram. Mulheres eram recrutadas para se passarem por mães dessas crianças fictícias, que eram registradas com documentos ideologicamente falsos e se tornavam dependentes dos segurados falecidos.

Além dos pagamentos mensais das pensões fraudulentas, afirma a PF, a organização criminosa se beneficiava dos créditos retroativos gerados pelos benefícios concedidos. Estima-se que as fraudes tenham causado um prejuízo de R$ 12.926.052,81 aos cofres públicos.

Durante a investigação, foram identificadas 119 pensões por morte concedidas com fortes indícios de irregularidades. Como medida para conter os danos, 75 desses benefícios foram cessados. O pente-fino realizado poderá evitar até R$ 10 milhões em pagamentos futuros indevidos.