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Defensoria Pública ouve moradores dos Flexais de Bebedouro e cobra soluções para realocação
O momento permitiu avaliar a situação atual da comunidade, que sofre com o isolamento socioeconômico causado pela Braskem
A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) esteve no último fim de semana nos Flexais de Bebedouro, área afetada pelo isolamento socioeconômico devido à tragédia geológica envolvendo a mineradora Braskem. O coordenador do Núcleo de Proteção Coletiva, Ricardo Antunes Melro, liderou a visita, ouvindo moradores e prestando esclarecimentos sobre os direitos à realocação para aqueles que desejam sair do local.
Durante o encontro, os moradores compartilharam as dificuldades enfrentadas. A falta de transporte público e comércio local, ausência de equipamentos públicos, e um ambiente de insegurança são algumas das barreiras do dia a dia. Muitos também relataram danos estruturais nas residências, como rachaduras e afundamento do solo. Segundo os moradores, a Defesa Civil atribui essas falhas ao processo de acomodação do terreno, o que causa dúvidas.
"Ocorre que são casas que existem há 40 ou 50 anos e nunca tiveram esses problemas. De 2019 pra cá passaram a rachar. Por que está havendo essa ‘acomodação’ do solo somente neste momento? Acomodação é afundamento. Coincidência?" questionou um dos moradores. As preocupações refletem a frustração com o cenário de instabilidade em que vivem, agravado pelo que consideram respostas insuficientes das autoridades.
Para o defensor público Ricardo Melro, é essencial que o Poder Público e a Braskem compreendam a gravidade da situação dos moradores e promovam ações concretas. Melro destacou a discrepância entre a realidade enfrentada pelas famílias e as promessas da mineradora, que já não cumpriu os prazos para as obras de revitalização pactuadas com o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MP/AL).
“O direito deve ir ao encontro do mundo real, e não ao mundo maravilhoso dos relatórios da Braskem. Melro ressaltou que a prorrogação dos prazos para finalizar as obras de requalificação dos Flexais impacta, dentre os outros motivos por todos sabidos, diretamente a saúde mental dos moradores. “É muita falta de empatia afirmar que não há problema em estender o prazo. Para quem não vive lá, é fácil dizer isso”, afirmou Melro.
*Com informações da Assessoria
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