» Polícia

Escultor acusado de chacina em Arapiraca tem pedido de liberdade negado pela Justiça

O crime aconteceu em abril deste ano e o acusado está preso desde então

Prisão de Regivaldo - Fotos: Reprodução

O escultor Regivaldo da Silva Santana, acusado de matar quatro jovens em sua chácara no mês de abril deste ano, teve seu pedido de liberdade negado pela Justiça nesta quarta-feira (6) por desembargadores da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL). O crime aconteceu na cidade de Arapiraca, no Agreste de Alagoas.

A defesa do réu alega que o escultor possui condições subjetivas favoráveis, como primariedade, bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita, além da impossibilidade da utilização da prisão preventiva como antecipação de pena e a substituição dela por medidas cautelares diversas ou a conversão em prisão domiciliar, por seu cliente ser responsável pelos cuidados de duas tias idosas portadoras de necessidades especiais.

Regivaldo Santana se tornou réu pela chacina em julho, após o juiz Alberto de Almeida, da 5ª Vara Criminal de Arapiraca, receber uma denúncia do Ministério Público de Alagoas (MP/AL) contra ele. Wesley Santana de Sá e Adriano Santos Lima também se tornaram réus pelo crime de ocultação de cadáver, mas a eles foi dada liberdade provisória.

Wesley é sobrinho do escultor, e trabalhava com Adriano no ateliê de Regivaldo. Eles alegaram que foram coagidos a jogar os corpos no poço. O juiz enfatizou que a prisão preventiva é uma medida extrema e que deve ser aplicada quando medidas cautelares diversas se apresentam inadequadas ou insuficientes. Ambos não possuíam outros processos criminais, nem há nos autos notícias de que tenham tentado coagir ou pressionar testemunhas.

O crime

Os irmãos Letícia da Silva Santos de 20 anos, e Lucas da Silva Santos, de 15 anos; Joselene de Souza Santos, 17 anos (companheira de Lucas) e Erick Juan de Lima Silva, 20 anos (companheiro de Letícia) foram encontrados mortos em um poço na zona rural de Arapiraca, no Agreste alagoano, no dia 19 de abril desde ano. O autor da chacina confessou o crime ao ser preso.

Conforme o delegado-geral Gustavo Xavier, a mãe dos irmãos procurou a Delegacia Regional de Arapiraca para registrar o desaparecimento deles. A mulher também informou à polícia que ouviu a informação de que populares haviam escutado cerca de 20 disparos de arma de fogo.

A Polícia Civil foi ao terreno em que foram escutados os tiros e encontrou o autor dos disparos, identificado como Regivaldo da Silva Santana, de 38 anos, natural de Sergipe, que trabalhava fazendo imagens de gesso nessa propriedade em Arapiraca. Segundo a polícia, o homem disse que ambos os jovens haviam furtado um celular e um equipamento usado em seu trabalho, e por conta disso, assassinou os dois no dia 13 do mesmo mês.