» Sociedade

MPAL promoverá reunião para discutir direitos da comunidade surda no atendimento médico-hospitalar

Encontro buscará eliminar barreiras na comunicação e garantir acessibilidade no atendimento à pessoa surda em Alagoas

MPAL promoverá reunião para discutir direitos da comunidade surda no atendimento médico-hospitalar - Fotos: MPAL

No intuito de garantir a acessibilidade e a qualidade do atendimento médico-hospitalar para a comunidade surda, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) programou uma reunião com gestores estaduais e municipais da saúde, diretores de hospitais públicos e privados, para o dia 24 de abril de 2025, em alusão ao Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

O encontro contará com a participação de gestores municipais e estaduais da Saúde, diretores de hospitais públicos e privados e tem como objetivo discutir estratégias para garantir que o atendimento médico-hospitalar à comunidade surda seja feito de forma humanizada, eficaz e com qualidade, superando as barreiras na comunicação.

A promotora de Justiça e coordenadora do NDDHAV, Marluce Falcão, enfatiza a urgência do tema, destacando a importância da comunicação eficaz entre os profissionais da saúde e as pessoas surdas. Para ela, essa é uma questão de direitos fundamentais que não pode mais ser adiada.

"Como guardião da cidadania, o Ministério Público deve exercer esse protagonismo de ser a voz e o braço forte para abraçar essa causa, assegurando às pessoas surdas seus direitos à acessibilidade, saúde e plena qualidade de vida, por meio do diálogo e ajustes de conduta com todos interessados, ressalta a promotora.", afirmou Marluce.

Na última segunda (27), a promotora recebeu o professor universitário Adeilson da Silva Alves, que é surdo, acompanhado de intérpretes de Libras, para discutir a falta de acesso adequado à comunicação nas unidades de saúde de Alagoas. Segundo o professor, a dificuldade de comunicação foi agravada durante a pandemia, especialmente com o uso de avatares de computação gráfica como tradutores de Libras, o que não é considerado eficiente nem adequado para o atendimento à saúde.

O professor também citou um exemplo positivo em Boa Vista, onde o Ministério Público Eleitoral interveio para proibir o uso de avatares criados por inteligência artificial nas campanhas eleitorais, uma vez que esses sistemas não conseguem expressar emoções e sensações, podendo causar confusão na comunidade surda. A preocupação é que o uso inadequado de tecnologia no atendimento médico-hospitalar possa prejudicar gravemente a saúde e a vida das pessoas surdas.

Além do NDDHAV e do NUDESAP, o MPAL contará com o apoio das Promotorias de Justiça de todo o estado para buscar soluções e propor medidas que melhorem a comunicação e o atendimento à comunidade surda. Reuniões pontuais serão realizadas até o evento, com o objetivo de envolver todos os atores interessados e contribuir para a apresentação de propostas eficazes.

*Com informações da Assessoria