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STF retoma julgamento sobre revisão da vida toda das aposentadorias

Ministros analisam recurso que pede exclusão da proibição para segurados que entraram com ações revisionais antes de março de 2024

Aplicativo Meu INSS - Fotos: Gov.br

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, nesta sexta-feira (14/2), o julgamento que trata da revisão da vida toda das aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A análise do caso acontece no plenário virtual da Corte e segue até o dia 21 deste mês.

Os ministros vão julgar um recurso da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), que questiona a decisão do STF de março do ano passado. Na ocasião, o tribunal reviu seu próprio entendimento e, por 7 votos a 4, derrubou a tese que permitia aos aposentados escolherem a regra mais favorável para o recálculo dos benefícios.

A CNTM pede que a Corte exclua da proibição os aposentados que entraram com ações revisionais na Justiça até 21 de março de 2024, data em que o Supremo fixou que a revisão da vida toda não tem validade. A entidade argumenta que o tribunal mudou seu próprio entendimento sobre a questão e que a decisão prejudica milhares de segurados.

A mudança no posicionamento do STF ocorreu porque os ministros analisaram a constitucionalidade das regras previdenciárias de 1999, e a maioria entendeu que a regra de transição é obrigatória, não podendo ser opcional conforme o cálculo mais benéfico ao aposentado.

AGU defende manutenção da decisão

A Advocacia-Geral da União (AGU) enviou um parecer ao STF defendendo a rejeição do recurso da CNTM. Segundo o órgão, a decisão do tribunal seguiu critérios legais e técnicos, e não há motivo para alteração.

A AGU também destacou que permitir a revisão geraria um impacto financeiro significativo nos cofres públicos, além de um grande desafio administrativo-operacional para o INSS.

Entenda o caso

Em 2022, com uma composição diferente, o STF havia reconhecido o direito dos aposentados à revisão da vida toda. A decisão permitia que segurados que ingressaram na Justiça solicitassem o recálculo do benefício considerando todas as contribuições feitas ao longo da vida, e não apenas as posteriores a julho de 1994, data de implementação do Plano Real.

A regra de transição criada pela reforma previdenciária de 1999 excluiu as contribuições anteriores a esse período, o que, para alguns aposentados, resultou em um valor menor no benefício. Com a decisão de 2024, essa revisão deixou de ser permitida, afetando milhares de segurados que buscavam um reajuste mais vantajoso.

Agora, com o julgamento do recurso, aposentados e entidades sindicais aguardam para saber se haverá alguma flexibilização na decisão do STF.

*Com Agência Brasil