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Ex-CRB e mais 6 pessoas são condenados por manipulação de resultados na Série D de 2024

Entre os condenados está o técnico Estevam Soares, acusado de envolver-se no esquema para beneficiar apostadores durante partida entre Patrocinense e Inter de Limeira

Ex-CRB e mais 6 pessoas são condenados por manipulação de resultados na Série D de 2024 - Fotos: iStockphoto

Sete pessoas foram condenadas pelo Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por envolvimento em um esquema de manipulação de resultados em uma partida da Série D de 2024. O julgamento ocorreu na quinta-feira (13), após investigações que começaram com a suspeita de irregularidades no duelo entre Patrocinense e Inter de Limeira, realizado em junho do ano passado, onde o time paulista venceu por 3 a 0.

A investigação revelou que o resultado da partida foi manipulado por pessoas ligadas ao Patrocinense, com o objetivo de beneficiar apostadores. Entre os condenados, destaca-se o técnico Estevam Soares, com passagens por clubes como CSA, CRB, Botafogo e Palmeiras. De acordo com as investigações, Soares tinha conhecimento do esquema, mas não denunciou o ocorrido ao clube ou à federação. Por sua omissão, ele foi multado em R$ 20 mil.

Além de Soares, outros envolvidos também foram punidos. O auxiliar técnico Dodô recebeu uma multa de R$ 10 mil. O zagueiro Richard Bala foi suspenso por 720 dias e multado em R$ 25 mil. O goleiro Felipe Gama foi suspenso por 549 dias e multado em R$ 20 mil, enquanto o lateral Dener foi multado em R$ 2,5 mil.

O dirigente Anderson Ibrahim Rocha, que foi responsável por cooptar jogadores para manipular as partidas, foi banido do esporte e multado em R$ 50 mil. Já o investidor Marcos Vinícius da Conceição, também banido do esporte, recebeu uma multa de R$ 25 mil.

A gravidade dos atos foi destacada pelo auditor Gustavo Favero Vaughn, que classificou a manipulação como uma irregularidade de enorme potencial lesivo. De acordo com o auditor Rodrigo Aiache Cordeiro, Anderson Ibrahim Rocha, proprietário da empresa Air Golden, estava diretamente envolvido na manipulação, recrutando jogadores para o esquema.

O caso envolveu pagamentos a jogadores para manipulação de partidas, com Richard Bala e Felipe Gama sendo citados por facilitarem o resultado do jogo. Após a partida, o Patrocinense rompeu com a Air Golden, e o técnico Estevam Soares deixou o time, alegando que foi pressionado a escalar Richard Bala.

O esquema de manipulação envolveu também Marcos Vinícius da Conceição, que forneceu um smartphone e R$ 5 mil a Richard Bala. A investigação apontou que os apostadores investiram R$ 250 mil no time, com o intuito de lucrar com a manipulação, mas o esquema foi descoberto antes de gerar os lucros esperados, causando prejuízo e desconfiança entre os atletas.

*Com GE