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Bullying é crime: estudantes da rede estadual participam de palestra com juiz do TJAL

Ação do PCJE promove diálogo com André Gêda sobre leis, prevenção e responsabilidade coletiva contra o bullying

Lei nº 14.811/2024 criminaliza o bullying tanto no contexto escolar quanto no ambiente virtual - Fotos: Ascom/Seduc

Setenta alunos de escolas parceiras do Programa Cidadania e Justiça na Escola (PCJE) participaram, na manhã desta segunda-feira (7/4), de uma palestra com o tema “Bullying não é brincadeira”, proferida pelo magistrado André Gêda, da 10ª Vara Cível de Arapiraca.

O diálogo, que aconteceu no auditório da Escola Estadual Silveira Camerino, contou com a presença de estudantes do 1º ano do ensino médio da escola onde foi realizada a ação e da escola vizinha, Princesa Isabel.

O bullying como um crime

André Gêda definiu o encontro como uma oportunidade de evitar situações de discriminação no ambiente escolar.

“Esse bate-papo alerta os alunos para evitar essa prática nefasta, tomando como base o fato de que todos são responsáveis — inclusive a sociedade, a escola e a família. Podemos, assim, alargar esse horizonte para que se criem comitês escolares de medição para coibir a prática do bullying", analisou.

O magistrado explicou que a Lei nº 14.811/2024 criminaliza o bullying tanto no contexto escolar quanto no ambiente virtual e apresentou dados que evidenciam a gravidade do problema.

“Através de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o Programa Saúde na Escola, de 2019 e 2020, foi constatado que 25% dos alunos na faixa etária de 3 a 17 anos já sofreram alguma forma de violência que pode ser descrita como bullying, seja de forma material, psicológica ou física”, citou.

Participação e engajamento

A estudante Ninna Rosa Florêncio, de 15 anos, revelou que a palestra a ajudou a se defender e também a orientar outras pessoas sobre o assunto.

"Já sofri bullying algumas vezes e, na época, tive muita dificuldade para me proteger. Hoje, com a ajuda de palestras desse tipo, consegui entender melhor como agir, conheci as leis que posso utilizar e as medidas que posso tomar para me proteger”, disse.

Maria Vitória Bezerra, de 17 anos, destacou a necessidade de discutir o tema e abordá-lo de forma empática e abrangente.

“É sempre bom reforçar o alerta para os adolescentes. Muitas vezes, tudo começa com uma 'brincadeirinha', mas a gente nunca sabe o que a outra pessoa está realmente sentindo ou passando”, ressaltou a jovem.

Para Leyde Janne Lobo, integrante do PCJE, a adesão dos estudantes à dinâmica foi um diferencial importante para o acolhimento deles e a continuidade do debate sobre o tema.

“A energia do adolescente é contagiante. Mesmo que tratemos de um tema mais pesado como este, a gente percebe que eles entendem bem. Eles interagiram bastante, pois esse comportamento faz parte do cotidiano deles”, contou.