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Meme da "Guiana Brasileira" gera tensão entre portugueses e brasileiros nas redes sociais

Brincadeira que trata Portugal como território brasileiro divide opiniões e reacende debate sobre xenofobia e relações históricas

Brasileiros brincam que Portugal seria "Guiana Brasileira" e irritam portugueses - Fotos: Reprodução/X

O meme da "Guiana Brasileira", que satiriza Portugal como um suposto território do Brasil na Europa, tem gerado reações acaloradas nas redes sociais. O que começou como uma brincadeira sobre "anexação" virtual agora revela tensões culturais entre os dois países.

A brincadeira que ultrapassou limites

Enquanto muitos portugueses receberam o meme com humor, outros expressaram desconforto:

- Bruno Oliveira, criador de conteúdo, alertou: "Tudo tem limites. Isso não é brincadeira, já está em outro nível".

- Bruna Filipa destacou a "vergonha alheia" com comentários sobre sotaques portugueses.

- Um usuário chamado Bruno ironizou: "Fiquem com o Brasil de um lado do Atlântico que nós ficamos com Portugal do outro".

- A influenciadora Nokas fez um balanço bem-humorado: "Primeiro foi o meme do ouro, depois que falamos português arcaico, e agora somos uma guiana?".

Brasileiros contra-atacam com ironia


A comunidade digital brasileira respondeu ampliando a brincadeira:

- Sugerindo renomear Lisboa como "Vitória da Reconquista"
- Apelidando Portugal de "Pernambuco de pé" pela similaridade geográfica
- Lembrando que a brincadeira é leve comparada à história colonial

Pano de fundo: xenofobia e relações tensas


O debate ocorre em um contexto de um aumento de 142% em queixas de xenofobia contra brasileiros em Portugal (2018-2021), casos que vão desde dificuldades em aluguel até agressões verbais. Discriminação linguística, com pedidos para "falarem inglês em vez de português brasileiro". 

O ápice da viralização: A piada chegou à Wikipédia, onde uma página falsa afirmava que Portugal havia sido "integrado ao Brasil" — removida em 10 minutos.

Enquanto alguns portugueses veem a brincadeira como desrespeitosa, muitos brasileiros a encaram como resposta leve a experiências reais de discriminação. O caso ilustra como as redes sociais se tornaram palco para complexos diálogos pós-coloniais.

Com informações do site G1