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Vídeo de despedida de policial reformado revela acusações graves contra PM de Alagoas antes de sua morte

Soldado Flávio Ferreira denunciou perseguição e ameaças de superiores em registro emocionante; corporação ainda não se pronunciou sobre as acusações

Vídeo está circulando pelas redes sociais - Fotos: Reprodução

Um vídeo gravado pelo soldado reformado da Polícia Militar de Alagoas, Flávio Ferreira da Silva, dias antes de sua morte na última sexta-feira (2), em União dos Palmares, trouxe à tona graves acusações contra a corporação. Nas imagens que circulam nas redes sociais desde este domingo (4), o ex-militar aparece consciente e emocionado, fazendo duras denúncias contra oficiais da PM antes de se despedir da família.


Com tom de último testemunho, Flávio inicia o vídeo afirmando: "Estou dando cabo da minha vida hoje. Porque, infelizmente, escolhi ser policial e defender a população". Em seguida, nomeia três oficiais específicos - Coronel Rocha Lima, a quem chama de "mesquinho e mentiroso"; Capitão Liberato, acusado de tê-lo ameaçado; e Coronel Paulo Amorim, por promessas não cumpridas. Uma das acusações mais graves sugere incentivo à sua morte: "Quando ele diz que o Flávio pode reagir à abordagem da polícia militar, ele está incentivando os irmãos a me matarem".

O vídeo também revela o lado humano do policial, que reconhece um dos episódios mais traumáticos de sua carreira - o disparo acidental contra a própria mãe durante um momento de crise: "Eu atirei na porta, achando que eram vagabundos invadindo minha casa. Nunca imaginei que seria minha mãe. A mulher que mais amo na vida". Em meio às denúncias, Flávio faz questão de diferenciar sua conduta operacional: "Nunca matei homem de bem. Nunca. Mas agora vão querer me rotular".

O desabafo final inclui agradecimentos a colegas que o apoiaram, como Elcio Sarmento e o sargento Paulo, e uma mensagem de respeito aos policiais de linha de frente, os "caveiras do Brasil", que segundo ele "são os únicos que não são corrompidos". A gravação termina com uma frase profética: "A conta vai chegar. Pode ter certeza. Me perdoe, Deus. Me perdoe."

O histórico de conflitos de Flávio com a corporação inclui passagem pelo presídio militar, inquéritos disciplinares e problemas psicológicos relatados pela família. O 2º Batalhão de União dos Palmares confirmou a morte do militar, mas até o momento não se manifestou sobre o conteúdo explosivo do vídeo.