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Censo revela realidade da população quilombola em Alagoas: desafios e desigualdades
Estado tem a menor taxa de alfabetização de quilombolas do país e 84% das moradias sem saneamento básico adequado

Pela primeira vez, o Censo Demográfico 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia) mapeou a população quilombola no Brasil, revelando dados importantes sobre as condições de vida dessa comunidade em Alagoas. O estado possui 37.724 quilombolas, sendo que apenas 691 vivem em O estado tem quatro territórios oficialmente delimitados – Abobreiras (Teotônio Vilela), Cajá dos Negros (Batalha), Tabacaria (Palmeira dos Índios) e Mocambo (Pão de Açúcar). A maioria (68,43%) reside em áreas rurais, representando 1,6% da população alagoana – o sexto maior percentual do país.
Um dos dados mais alarmantes é a baixa taxa de alfabetização entre os quilombolas em Alagoas: apenas 70,2% das pessoas com 15 anos ou mais sabem ler e escrever – o pior índice do Brasil. A situação é ainda mais crítica nas zonas rurais, onde o percentual cai para 67%, enquanto nas áreas urbanas chega a 77%. Em comparação, a média estadual de alfabetização é de 82,3%, e a nacional entre quilombolas é de 81%. O Distrito Federal, líder no ranking, tem 98,7% de quilombolas alfabetizados.
A infraestrutura básica também é um desafio: 84,4% dos domicílios quilombolas não têm saneamento adequado, utilizando fossas rudimentares ou despejando esgoto em rios e valas. Enquanto isso, na população geral do estado, esse problema atinge 50,3% das moradias. A coleta de lixo também é precária: apenas 64,8% dos lares quilombolas têm acesso ao serviço, contra 87,2% na média alagoana.
A população quilombola em Alagoas é mais jovem que a média estadual, com idade mediana de 29 anos (contra 32 anos na população geral). O índice de envelhecimento é de 46 idosos para cada 100 crianças, abaixo da média do estado (57) e do país (80). Além disso, as mulheres são maioria, com 97 homens para cada 100 mulheres – proporção maior que a média alagoana (92 homens para 100 mulheres).
Os dados completos estão disponíveis no SIDRA (Sistema IBGE de Recuperação Automática) e no Panorama do Censo 2022, reforçando a necessidade de políticas públicas direcionadas a essa população.
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