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Ufal em colapso financeiro: Reitor alerta que universidade pode fechar as portas até setembro

Com corte de 5% no orçamento e déficit acumulado de R$ 15 milhões, instituição suspende concursos, terceirizados e obras; assistência estudantil é a única área preservada

Reunião realizada na terça-feira, na Sala dos Conselhos Superiores, quando foi apresentado o painel orçamentário da Ufal - Fotos: Divulgação

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) enfrenta sua pior crise financeira em décadas. Em reunião realizada nesta terça-feira (13), a reitoria divulgou que, mantido o atual ritmo de contingenciamento, a instituição terá recursos apenas até setembro. O reitor Josealdo Tonholo fez um apelo urgente ao governo federal: "As universidades estão no limite da sobrevivência".

A Ufal já adotou medidas extremas:

- Suspensão total de diárias e passagens
- Cancelamento de concurso para docentes
- Redução de 20% nos contratos de limpeza
- Corte de R$ 1 milhão em segurança
- Fim dos serviços de jardinagem
- Paralização de todas as obras e reformas

O orçamento de 2025 sofreu redução real de 5%, limitando a Ufal a gastar apenas R$ 4,4 milhões mensais valor insuficiente para custear até mesmo as despesas básicas. A instituição ainda tem um déficit de R$ 15 milhões, incluindo dívidas de 2024.

A única área ainda preservada é a assistência estudantil, que mantém restaurantes universitários e bolsas. Porém, já não há recursos para reformas ou projetos de acessibilidade. A vice-reitora Eliane Cavalcanti ressalta: "Não falaremos em fechar as portas, mas precisamos de união".

A reitoria alerta que a crise ameaça o futuro do ensino superior público em Alagoas. Nesta quinta (15), será realizada reunião com estudantes para apresentar o diagnóstico completo. O reitor Tonholo conclui: "O tempo está se esgotando - e com ele, o direito à educação de qualidade".