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Audiência tensa: Marina Silva deixa comissão do Senado após desentendimento com parlamentares

Ministra do Meio Ambiente foi cobrada por licenciamentos e discutiu criação de unidades de conservação na Margem Equatorial

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, deixa a reunião da Comissão de Infraestrutura após fala de Plínio Valério - Fotos: Geraldo Magela/Agência Senado

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, teve uma participação conturbada na Comissão de Infraestrutura (CI) do Senado nesta terça-feira (27). A audiência, que durou mais de três horas, foi marcada por bate-bocas, acusações de desrespeito e a saída antecipada da ministra após confronto com o senador Plínio Valério (PSDB-AM).

O que provocou a saída da ministra?


Senador Plínio Valério declarou que: "A mulher merece respeito, a ministra não". Marina exigiu retratação e, não sendo atendida, deixou a sessão. A ministra lembrou que o parlamentar já ameaçou "enforcá-la" em outra ocasião. 

Senadores petistas defenderam Marina: "Manifestação de desrespeito é inaceitável". 

Os principais pontos de conflito


1. Unidades de Conservação no Amapá


- Senadores acusam as áreas protegidas de impedir exploração de petróleo na Margem Equatorial

- Marina rebateu dizendo que o rocesso começou em 2005 com ampla participação social. 24 mil pessoas seriam beneficiadas (comunidades tradicionais) e as áreas não bloqueiam blocos de petróleo já licitados.

2. Licenciamento Ambiental


- Críticas: 5 mil obras paradas por demora em licenças

- Defesa da ministra: 1.250 licenças concedidas desde 2023, mais da metade para projetos da Petrobras. "Ibama não facilita nem dificulta, cumpre regras", disse Marina.

3. Pavimentação da BR-319


- Senadores: Obra é essencial para o desenvolvimento da região

- Marina alertou para risco de grilagem e desmatamento, defendeu governança ambiental na execução e lembrou que a obra está parada desde 2008.

Próximos passos


A convocação para nova audiência será votada na Comissão de Infraestrutura. Os senadores prometem pressionar por agilidade em licenças. Já o Governo mantém defesa das unidades de conservação.