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Família protesta na AL-101 e alega inocência de homem condenado por estupro da própria filha
Enquanto acusado cumpre pena de 25 anos, parentes fecham rodovia em Maceió e afirmam que crime foi inventado pela vítima

A tarde desta quarta-feira (4) foi marcada por um protesto incomum na AL-101 Norte, na região da Garça Torta, em Maceió. Familiares de um pintor de 43 anos, recentemente condenado a 25 anos de prisão por estupro de vulnerável contra sua filha, bloquearam a rodovia para declarar publicamente sua convicção na inocência do parente. O caso, que divide opiniões e emociona a comunidade, apresenta versões radicalmente opostas sobre os fatos ocorridos.
Segundo os manifestantes, a acusação seria uma invenção da adolescente, hoje com 17 anos, como forma de vingança por não ter permissão para morar com o namorado. A mãe da jovem, que preferiu não se identificar, afirmou categoricamente: "Ele não praticou esse ato. Ela agiu dessa forma para sair de casa. Foi palavra contra palavra, sem provas concretas". A família sustenta que o homem sempre foi trabalhador exemplar, sem qualquer histórico criminal anterior.
Por outro lado, a condenação judicial se baseou em minuciosa investigação conduzida pela Dracco (Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) sob comando da delegada Maria Eduarda. A vítima relatou abusos sistemáticos que teriam começado quando ela tinha 12 anos, em 2019, e persistido até os 14 anos. Segundo seu depoimento, os crimes ocorriam duas a três vezes por semana, quando estavam sozinhos em casa, incluindo tocamentos íntimos e beijos forçados.
Durante o protesto, uma das irmãs mais velhas da suposta vítima, criada pelo acusado, defendeu veementemente o pai adotivo: "Ela mentiu sobre tudo. Nós quatro sempre dividimos o mesmo quarto, ele trabalhava o dia todo. Dou minha vida por ele". A família insiste na impossibilidade física dos crimes, dada a rotina doméstica e a constante presença de outras pessoas na residência.
O caso exemplifica os complexos desafios enfrentados pelo sistema judiciário em crimes sexuais intrafamiliares, onde frequentemente se confrontam relatos emocionais contraditórios e a necessidade de provas concretas. Enquanto a Justiça considerou suficientes os depoimentos detalhados e consistentes da adolescente para a condenação, a família mantém sua posição de que se trata de uma grave injustiça. A pena de 25 anos está sendo cumprida, mas o protesto desta quarta demonstra que o caso está longe de ser encerrado no âmbito familiar e social.
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