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STF inicia 2º dia de interrogatórios sobre tentativa de golpe durante o governo Bolsonaro

Ex-comandante da Marinha é o primeiro a depor nesta terça; interrogatórios seguem até sexta com presença do ex-presidente

Primeiro dia contou com o interrogatório de Mauro Cid e Alexandre Ramagem - Fotos: Valter Campanato/Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) retomou nesta terça-feira (10) os interrogatórios dos investigados no chamado "núcleo 1" do suposto plano golpista durante o governo de Jair Bolsonaro. O primeiro a depor será o ex-comandante da Marinha, almirante Garnier, acusado pela Polícia Federal (PF) de colocar tropas à disposição para ações contra a democracia.

Segundo as investigações, em encontro com outros comandantes militares em 2022, Bolsonaro apresentou estudos para decretar estado de sítio e uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) - possivelmente para impedir a posse do presidente Lula. O depoimento de Garnier pode trazer novos detalhes sobre esta reunião crucial.

Ordem dos depoimentos:

- Almir Garnier (ex-comandante da Marinha)
- Anderson Torres (ex-ministro da Justiça)
- Augusto Heleno (ex-GSI)
- Jair Bolsonaro (ex-presidente)
- Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa)
- Walter Braga Netto (ex-ministro)

O que já veio à tona


No primeiro dia de interrogatórios, o ex-assessor de Bolsonaro, Mauro Cid, confirmou participação em reunião onde se discutiu estado de sítio e até prisão de ministros do STF. Já o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, negou espionagem ilegal contra membros do Judiciário.

Os interrogatórios seguem até sexta-feira (13), a até lá o ministro Alexandre de Moraes deve ouvir o ex-presidente Jair Bolsonaro. Esta é uma das últimas etapas antes do julgamento final, previsto para o segundo semestre. As condenações podem superar 30 anos de prisão.