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Movimentos exigem libertação de ativistas presos por Israel e fim do bloqueio à Faixa de Gaza

Brasileiro está entre os detidos e caso já repercute internacionalmente

Protesto em Brasília pediu liberdade para integrantes de Flotilha - Fotos: Gaza Freedom Flotilla/Instagram

Movimentos e organizações de direitos humanos realizaram um ato, na tarde desta segunda-feira (9), em Brasília, para exigir a libertação dos 12 ativistas presos por Israel em águas internacionais. Eles estavam a bordo do navio Madleen, que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza, território palestino sob cerco total das forças israelenses.

A embarcação, pertencente ao movimento Freedom Flotilla Coalition, tinha como objetivo estabelecer um canal de acesso para o transporte de alimentos e medicamentos a Gaza. A coalizão atua em ações humanitárias internacionais e promove campanhas pelo fim do bloqueio israelense, considerado ilegal pela comunidade global.

Entre os presos está o ativista brasileiro Thiago Ávila, coordenador da Freedom Flotilla Coalition. Sua esposa, Lara Souza, relatou que os detidos estão bem e recebendo assistência consular. "A gente teve notícias de que o Thiago e todos os participantes estão bem, chegaram numa base militar. Não sabemos quais são os procedimentos [agora], se eles ainda serão detidos ou se vão ser imediatamente deportados, mas sabemos que as embaixadas estão em contato com todos eles", afirmou. Além de Ávila, a sueca Greta Thunberg e outros dez ativistas integravam a missão.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu nota repudiando a interceptação do navio e exigindo a libertação imediata dos tripulantes. O governo brasileiro reforçou a necessidade de Israel suspender as restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza, em conformidade com suas obrigações como potência ocupante.

A interceptação ocorreu após o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarar que ordenou ao Exército impedir a chegada do navio a Gaza. Segundo ele, a tripulação seria escoltada e, posteriormente, deportada. O Itamaraty informou que embaixadas da região estão em alerta para prestar assistência consular, conforme a Convenção de Viena sobre Relações Consulares.

Laura Lemos, integrante da Flotilha da Liberdade, pediu que o governo brasileiro rompa relações diplomáticas com Israel. "Que a gente torne esse momento mais forte pelo fim do cerco ilegal a Gaza e o fim do genocídio [do povo Palestino]", declarou.