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Bolsonaro nega planejamento de golpe em depoimento ao STF e classifica ação como "abominável"

Ex-presidente foi interrogado por Alexandre de Moraes sobre suposta trama para impedir posse de Lula; defesa rejeita acusações

"Nunca se falou em golpe", afirmou Bolsonaro - Fotos: Valter Campanato/Agência Brasil

Em depoimento ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro negou ter cogitado um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022. Classificando a hipótese como "abominável", ele argumentou que tal medida seria "danosa para o Brasil" e "nunca discutida" em seu governo.


"Golpe até seria fácil começar, mas o afterday é imprevisível e danoso. Não foi sequer cogitada essa hipótese", declarou Bolsonaro, que responde como réu em ação movida pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Questionado sobre um suporte documento que justificaria intervenção militar, Bolsonaro negou autoria ou revisão do texto. A alegação contrasta com o testemunho do tenente-coronel Mauro Cid, que afirmou na segunda-feira (9) que o ex-presidente "enxugou" a minuta e sugeriu alterações, incluindo a prisão de ministros.

"Não procede o enxugamento. As informações que tenho é que [o documento] não tem cabeçalho nem fecho", rebateu Bolsonaro, acrescentando: "Sempre tive o lado da Constituição".