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Governo Lula usa discurso de justiça social para contrapor derrota no IOF; tensão com Legislativo cresce

Após Congresso derrubar aumento do imposto, Planalto defende medida como forma de taxar "andar de cima"

Presidente Lula enfrenta tensão entre seu governo e o Congresso - Fotos: Ricardo Stuckert/PR

Em resposta à derrubada pelo Congresso do decreto que alterava as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), o governo Lula intensificou o discurso de justiça social e tributária. O embate político ganhou novos capítulos nesta semana, com trocas de acusações entre o Executivo e o Legislativo.

Durante o lançamento do Plano Safra para Agricultura Familiar, o ministro Fernando Haddad defendeu a medida como necessária para promover equidade: "Nós vamos continuar fazendo justiça social... É para fazer justiça no campo, na cidade, na fábrica", afirmou, em resposta a críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente Lula reforçou o argumento, listando medidas para beneficiar a população mais pobre:

✔️ Isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil

✔️ Tarifas reduzidas de energia (até 120 kW)

✔️ Subsídios no preço do gás de cozinha

O Congresso contra-ataca


O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), negou traição ao governo, mas manteve a defesa da derrubada do IOF:"Capitão que vê o barco indo para o iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice", declarou, referindo-se aos alertas sobre a impopularidade da medida.

Enquanto isso, o PT acusa o Legislativo de proteger interesses de bancos e grandes fortunas. Em campanha nas redes, o partido promove a chamada "Taxação BBB" (Bilionários, Bancos e Bets) como alternativa para aliviar a carga tributária dos mais pobres.

Analistas apontam que a queda de braço reflete:

🔹 Tentativa de desgastar o governo Lula antes de 2026

🔹 Movimento para fortalecer candidaturas de direita, como Tarcísio de Freitas

🔹 Queda na popularidade presidencial em pesquisas recentes

Nesta terça (1º), Motta sinalizou possível reaproximação ao pautar projeto que revisa incentivos fiscais – exceto os da Zona Franca de Manaus. A medida, se aprovada com urgência, pode destravar parte da agenda econômica do governo.

Com informações do Portal Metrópoles.