O Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio da 66ª Promotoria de Justiça, intensifica a preocupação com a segurança nas recargas de veículos elétricos em garagens e subsolos de prédios na capital alagoana. Nesta segunda-feira (7/7), o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL) respondeu a um ofício solicitando esclarecimentos sobre medidas preventivas, informando que, atualmente, não são recomendadas instalações de pontos de recarga em subsolos ou edificações comerciais devido aos riscos envolvidos.

Segundo o CBMAL, dois engenheiros da corporação participam de um Comitê Nacional Especial, que reúne representantes de Corpos de Bombeiros de todo o país para criar uma normativa de segurança contra incêndios relacionados a veículos elétricos. Entretanto, até que essa regulamentação nacional seja concluída, o Corpo de Bombeiros tem orientado síndicos e administradores a evitar a instalação desses pontos em edifícios verticalizados.

O promotor de Justiça Jorge Dória, responsável pela iniciativa, destaca o perigo das baterias de íons de lítio em caso de incêndio, que podem gerar reações térmicas intensas e chamas difíceis de controlar, inclusive resistentes à água. “Se em um subsolo de edifício residencial, por exemplo, tiver uma ocorrência atingindo as colunas, pela dificuldade de controle das chamas causadas por esse produto, todos os moradores estarão vulneráveis”, alertou.

O CBMAL reforça ainda que instalações de abastecimento, sejam para combustíveis fósseis ou elétricos, exigem cuidados especiais com combate a incêndio, saídas de emergência e segurança estrutural, não sendo compatíveis com subsolos ou áreas internas de edifícios com circulação intensa de pessoas.

O MPAL também aguarda resposta do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Alagoas (CREA/AL), após ter solicitado parecer técnico, inspirado na Nota Técnica nº 001/2025 do CREA de Sergipe. Essa nota alerta que o superaquecimento das baterias pode atingir temperaturas superiores a 1.000ºC, comprometendo a integridade estrutural das edificações e aumentando o risco de colapso.

A recomendação dos engenheiros do CREA de Sergipe é que a recarga de veículos elétricos seja realizada em áreas abertas, externas às edificações, respeitando distanciamento mínimo entre os veículos para evitar a propagação de incêndios. O Ministério Público reforça que seguirá cobrando as medidas necessárias para garantir a segurança da população e evitar tragédias causadas por essa nova tecnologia.

*Com informações do MPAL