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Lula reage a Trump e defende soberania brasileira sobre Caso Bolsonaro

Em meio à Cúpula do Brics, presidente brasileiro rebate declarações de Trump sobre processo golpista: "Não aceitamos interferência"

Presidente Lula emitiu nota oficial respodendo a declaração de Trump. - Fotos: Fernando Frazão/Agência Brasil

Durante a Cúpula do Brics no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu às declarações de Donald Trump, que nesta segunda-feira (7) defendeu publicamente Jair Bolsonaro e criticou o processo por tentativa de golpe de Estado que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em nota oficial, Lula afirmou: "Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito."

O presidente reforçou que a defesa da democracia é um assunto interno do Brasil, sem espaço para opiniões de governos estrangeiros.

O que Trump disse?

Em sua rede social Truth Social, o ex-presidente dos EUA atacou o STF e chamou o processo contra Bolsonaro de "caça às bruxas": "O Brasil está fazendo uma coisa terrível em seu tratamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eu tenho assistido, assim como o mundo, como eles não fizeram nada, mas vão atrás dele, dia após dia, noite após noite, mês após mês, ano após ano! Ele não é culpado de nada."

Trump ainda comparou a situação à sua própria, dizendo sofrer "perseguição política" nos EUA. Bolsonaro agradeceu o apoio em suas redes: "Obrigado por existir".

Os crimes imputados a Bolsonaro


O ex-presidente é acusado de liderar uma tentativa de golpe após perder as eleições em 2022. Segundo a Polícia Federal, o plano incluía:

✔ Anular a votação das urnas eletrônicas

✔ Assassinar Lula e o ministro Alexandre de Moraes

✔ Mobilizar as Forças Armadas para sustentar o golpe

Bolsonaro e aliados negam as acusações.

Eduardo Bolsonaro e a interferência externa


O STF investiga o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (filho do ex-presidente) por tentativa de obstrução da Justiça. Ele se mudou para os EUA e vem pedindo ao governo americano que sancione autoridades brasileiras, o que poderia influenciar o processo contra o pai.

O Ministério Público Federal alertou que essas ações têm "tom intimidatório" contra as instituições do país.

O julgamento de Bolsonaro no STF deve ocorrer até setembro, enquanto a pressão internacional sobre o caso tende a crescer.