» Sociedade

Maioria das vítimas atendidas pela Casa da Mulher Alagoana sofre violência de ex-companheiros

Mulheres pardas com ensino médio completo são o perfil predominante; bairros da parte alta de Maceió concentram maior número de casos

Casa da Mulher Alagoana funciona no Centro de Maceió - Fotos: Divulgação

De janeiro a junho deste ano, a Casa da Mulher Alagoana realizou 1.115 atendimentos a mulheres vítimas de violência, sendo que 47,3% dos casos envolveram agressões cometidas por ex-maridos ou companheiros. As atendidas não são apenas de Alagoas, mas também de estados como São Paulo, Pará, Pernambuco e Santa Catarina, além de mulheres vindas do Peru, Argentina e Paraguai.

Na capital, a maior concentração das vítimas está nos bairros da parte alta de Maceió: Benedito Bentes (11%), Cidade Universitária (8,5%), Jacintinho (6,5%) e Tabuleiro do Martins (5,6%). "Em nossos atendimentos, identificamos que um dos fatores que mantém as mulheres por mais tempo no relacionamento é a preocupação com os filhos, principalmente no aspecto financeiro. Em segundo plano, a dependência emocional", afirmou a coordenadora da casa, Paula Lopes.

Sobre o perfil das vítimas, 36,8% possuem ensino médio completo e 56,8% se declararam pardas, reforçando dados nacionais que indicam maior vulnerabilidade de mulheres negras e pardas à violência doméstica. "Esse dado corrobora com as estatísticas nacionais que apontam mulheres pardas e negras como maiores vítimas de violência doméstica", explicou Paula. A faixa etária das atendidas está equilibrada entre 18 a 29 anos (29,5%) e 30 a 39 anos (30%).

A Casa da Mulher oferece atendimento multidisciplinar, abrigo temporário, registro de boletim de ocorrência e encaminhamentos para benefícios sociais, além de abrigar o 1º e 2º Juizados de Violência Doméstica da Capital. O atendimento pode ser solicitado pelo WhatsApp (82) 99157-3023.