O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou como "suprema humilhação" as medidas cautelares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ao falar com jornalistas após a instalação de uma tornozeleira eletrônica na Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal nesta sexta-feira. Ele negou qualquer intenção de deixar o Brasil ou buscar asilo em embaixadas estrangeiras, afirmando que "sair do país é a coisa mais fácil que tem".

As restrições, impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, incluem recolhimento domiciliar entre 19h e 6h durante a semana e em tempo integral nos fins de semana, proibição de deixar o Distrito Federal, suspensão do uso de redes sociais e vedação de contato com diplomatas e com seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro. O STF justificou as medidas citando risco de fuga, especialmente após a apreensão do passaporte de Bolsonaro em fevereiro de 2024 no âmbito da investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado.

Questionado sobre o inquérito, Bolsonaro o chamou de "político" e sem "nada de concreto", acrescentando: "Espero que o julgamento seja técnico e não político". Sobre os valores em espécie (US$ 14 mil e R$ 8 mil) apreendidos em sua residência no Jardim Botânico, afirmou que "sempre guardou dólar em casa" e pode comprovar a origem do dinheiro. Quanto ao pen drive encontrado em um banheiro, limitou-se a dizer: "Não tenho conhecimento".