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MP de Alagoas aponta sucateamento e falta de estrutura em delegacias da Capital

Inspeções revelam inquéritos parados, escassez de servidores e condições insalubres em unidades policiais de Maceió

MP de Alagoas aponta sucateamento e falta de estrutura em delegacias da Capital - Fotos: Assessoria

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) revelou um cenário alarmante após inspeções realizadas em mais de 20 delegacias da Polícia Civil de Maceió, entre agosto e setembro. O levantamento, conduzido pela 62ª Promotoria de Justiça da Capital, sob responsabilidade da promotora Karla Padilha, identificou falhas graves que comprometem tanto o atendimento à população quanto a eficácia das investigações.

De acordo com a promotora, muitas unidades funcionam em condições precárias, com infiltrações, mofo, presença de insetos, escorpiões e até ratos. Além da insalubridade, a falta de servidores agrava o acúmulo de inquéritos, alguns sem qualquer diligência desde 2018. “São famílias esperando por respostas que nunca chegam. Isso é, na prática, impunidade”, destacou Padilha.

As inspeções evidenciaram ainda a disparidade entre delegacias especializadas, com melhor estrutura, e distritais, que atendem comunidades periféricas e foram descritas pela promotora como “abandonadas à própria sorte”. Para ela, sem melhorias efetivas, seria mais adequado fechar unidades distritais e substituí-las por centrais regionalizadas, garantindo ao menos um serviço minimamente adequado.

Outro ponto crítico foi identificado no pátio da Polícia Civil, em Rio Largo, onde milhares de veículos apreendidos acumulam ferrugem sob sol e chuva, sem identificação ou destinação correta. Além da deterioração, há risco de incêndio e proliferação de animais peçonhentos.

Diante das constatações, o MPAL deve expedir recomendações à cúpula da Polícia Civil e à Secretaria de Segurança Pública. Caso não haja providências, serão ajuizadas Ações Civis Públicas para obrigar o Estado a resolver os problemas. “Não se trata apenas de estrutura, mas do compromisso com a vítima e com a Justiça”, concluiu a promotora Karla Padilha.

*Com informações da Assessoria