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Homem é condenado a mais de 34 anos por feminicídio da companheira em Água Branca
Crime ocorreu durante festa de carnaval e foi presenciado pelo filho do casal, de 7 anos
O Tribunal do Júri da Comarca de Água Branca condenou Jonas Gomes Feitosa a 34 anos, 4 meses e 23 dias de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo feminicídio de sua companheira, L.S.A., com quem viveu por 16 anos. O julgamento, presidido pelo juiz Marcos Vinícius Linhares, ocorreu na última terça-feira (11/11) e se destacou pela celeridade do processo, encerrado em apenas oito meses após o crime.
De acordo com a denúncia, o assassinato aconteceu na madrugada de 8 de março de 2025, durante um festejo carnavalesco no Povoado Alto da Boa Vista, zona rural de Água Branca. Após uma discussão, Jonas desferiu um golpe de faca no peito da vítima, que morreu ainda no local. O crime foi cometido na presença do filho do casal, de 7 anos, circunstância que agravou a pena. Testemunhas relataram que a criança presenciou toda a agressão e chegou a gritar por socorro, sendo ameaçada pelo pai quando tentou intervir.
Depois do crime, o réu fugiu em uma motocicleta, deixando o menino ao lado do corpo da mãe. Ele foi capturado dias depois no Estado de Minas Gerais, após trabalho conjunto das polícias Civil e Militar. Os autos do processo mostram que o relacionamento era marcado por violência física e psicológica, e que a vítima havia solicitado medidas protetivas de urgência contra o agressor, mas havia reatado o relacionamento pouco antes de ser morta.
O juiz Marcos Linhares destacou que o caso é um marco pela agilidade na tramitação. “A celeridade desse julgamento é notável, considerando a complexidade dos procedimentos envolvendo crimes dolosos contra a vida, que passam por duas fases processuais distintas até chegarem ao Júri Popular”, afirmou o magistrado.
Na fixação da pena, o tribunal levou em conta a frieza do condenado, que ameaçou o próprio filho, o fato de o crime ter ocorrido de madrugada e as graves consequências emocionais para os três filhos da vítima — um deles em acompanhamento psicológico permanente. O julgamento também ganhou relevância por estar entre os primeiros do país a aplicar a nova legislação sobre feminicídio (Lei nº 14.994/2024), que ampliou a pena base para 20 a 40 anos de reclusão.
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