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Acidentes com animais já superam 80% do total de 2024 e ligam alerta nas rodovias de Alagoas

Samu registra 167 ocorrências até setembro de 2025, com maioria dos casos envolvendo motociclistas e animais soltos nas vias rurais e urbanas

Samu Alagoas - Fotos: Ilustração/Ascom Samu

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) registrou, entre janeiro e setembro de 2025, um total de 167 acidentes provocados por animais soltos nas vias públicas de Alagoas. O número equivale a aproximadamente 80% de todas as ocorrências contabilizadas em 2024, quando foram atendidos 210 casos — indicador que aponta para um possível avanço desse tipo de acidente até o fim do ano.

A distribuição das ocorrências segue o padrão observado em anos anteriores, com predominância no interior do estado. A Central de Arapiraca respondeu por 105 atendimentos, enquanto a Central de Maceió registrou 62 ocorrências no mesmo período. Em 2024, o cenário foi semelhante: Arapiraca liderou com 128 casos, contra 82 na capital. A maior parte das situações envolve colisões entre motocicletas e animais de grande porte, como bois e cavalos, além de cachorros e até carroças ainda comuns nas zonas rurais.

De acordo com a coordenadora geral do Samu Alagoas, Beatriz Santana, muitos desses acidentes poderiam ser evitados com mais atenção e responsabilidade. “Placas alertando a presença de animais na pista não estão ali por acaso. Motoristas e motociclistas precisam reduzir a velocidade e redobrar os cuidados, especialmente em áreas rurais, ao amanhecer e ao entardecer, quando os animais costumam atravessar as estradas”, explicou. Ela reforça que a responsabilidade deve ser compartilhada. “Os proprietários também precisam assegurar que seus animais não fiquem soltos. Isso evita tragédias e preserva vidas.”

O médico socorrista Raphael Carvalho também faz um alerta sobre o risco elevado para motociclistas, que representam a maioria das vítimas. Segundo ele, impactos com animais podem resultar em fraturas expostas, traumas torácicos e lesões na coluna. “Sem equipamentos adequados de proteção, as chances de ferimentos graves aumentam significativamente”, destacou.

Apesar de mais frequentes no interior, casos desse tipo também ocorrem em áreas urbanas. Um exemplo recente aconteceu em 13 de outubro, no bairro Trapiche da Barra, em Maceió, onde duas pessoas ficaram gravemente feridas após colidirem com um cachorro na Avenida Senador Rui Palmeira. As vítimas foram arremessadas ao solo mesmo utilizando capacete, sofrendo fratura de fêmur, dores intensas e escoriações.