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Supostos esquemas de corrupção em Limoeiro de Anadia envolve prefeito e filho

Denúncias incluem venda irregular de caminhão e funcionários fantasmas na administração municipal

Marlan Ferreira e Max Ferreira - Fotos: Reprodução/Facebook

Uma reportagem investigativa do jornalista Wadson Correia revelou um suposto esquema de corrupção no município de Limoeiro de Anadia, localizado no interior de Alagoas. As denúncias envolvem o prefeito Marlan Ferreira, e seu filho e ex-secretário de governo Max Ferreira.

De acordo com a denúncia entregue à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Estado (MPE), o motorista do prefeito, José Guilherme, arrematou um caminhão-pipa em um leilão. Em seguida, o veículo foi vendido pelo filho do prefeito a um valor muito superior ao de mercado.

Marcelo Rodrigues, ex-prefeito de Limoeiro e autor da denúncia, afirmou que o motorista do prefeito atuou como "laranja" no suposto esquema. "O motorista do prefeito compra o veículo e o filho vende em seguida para obter lucro com recursos públicos", declarou Rodrigues ao repórter.

Wadson Correia tentou contatar Max para questionar sobre a venda do caminhão, mas o filho de Marlan desligou o telefone após a abordagem.

Max também é acusado de ter efetuado diversos disparos contra a residência do prefeito de Coité do Nóia, Bueno Higino. De acordo com o laudo da Polícia Científica de Alagoas, os tiros atingiram veículos estacionados na residência, e uma das armas utilizadas, uma pistola calibre 380, pertencia ao filho do prefeito Marlan.

Em depoimento, Max confessou ter disparado em um momento de raiva contra Higino, que ele considerava um amigo íntimo. O Ministério Público Estadual finalizou em junho as investigações e denunciou Max Ferreira como autor dos disparos contra o prefeito Bueno Higino, motivado por uma suposta traição da esposa.

Outras denúncias em Limoeiro de Anadia apontam a existência de funcionários fantasmas na folha de pagamento municipal. Um exemplo é o empresário Rosalvo Mota, que recebe R$ 1.915,30 como vigilante escolar, mas admitiu não trabalhar para a Prefeitura.

Outro exemplo é Ramon Fausto Soares Sobrinho, proprietário de uma academia, que figura na folha de pagamento da Secretaria Municipal de Educação como Auxiliar Educacional, recebendo R$ 1.700, mas também não é visto trabalhando na Prefeitura Municipal.

Uma professora, Ana Paula Oliveira, também denunciou um esquema chamado "Topado com Marlan", no qual mensageiros oferecem a possibilidade de dobrar os salários. Ana Paula ressaltou que esse esquema prejudica a educação no município. "Estamos nessa defasagem de R$ 1,6 mil do nosso salário, devido a esse 'soquinho', a essas coisas que têm na nossa cidade", acrescentou.

O prefeito Marlan Ferreira não foi encontrado para comentar as denúncias.