Na última sexta-feira (6/9), o Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral) anunciou a conclusão do processo de divisão dos lotes da Fazenda Bota Velha, localizada em Murici. O evento contou com a presença do diretor-presidente do Iteral, Jaime Silva, que visitou a comunidade para oficializar o avanço da reforma agrária no estado.

A Fazenda Bota Velha, que possui 513 hectares, foi desapropriada pelo Governo do Estado com o objetivo de atender a uma das principais reivindicações da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O processo beneficiará 47 famílias de pequenos agricultores que vivem na área há pelo menos 20 anos e que enfrentaram constantes ameaças de despejo e insegurança.

Carlos Lima, coordenador nacional da CPT, expressou o significado do momento para as famílias envolvidas: “Essas famílias são um símbolo de resistência, pois durante mais de duas décadas conviveram com ações de despejo e uma série de adversidades provocadas pela sensação de insegurança”, enfatizou ele.

Com a conclusão do trabalho de campo, realizado pelos técnicos do Iteral, o próximo passo é a emissão dos títulos de propriedade. Esses títulos serão registrados de forma gratuita e entregues aos agricultores familiares através do programa “Rural Legal”, uma iniciativa conjunta dos poderes Executivo e Judiciário voltada à regularização fundiária.

Jaime Silva destacou que, além da Fazenda Bota Velha, outras seis propriedades rurais estão programadas para cumprir a mesma função social. O objetivo é atender a demandas de pequenos produtores vinculados a diversas organizações de luta agrária.

“Nosso objetivo é oferecer condições para que os agricultores familiares sigam produzindo e vivendo dignamente. O Iteral atua pela manutenção da paz no campo, tem um compromisso com o desenvolvimento socioeconômico destes trabalhadores e, graças ao empenho do governador Paulo Dantas, vem fazendo de Alagoas uma referência no que diz respeito à democratização do acesso à terra”, afirmou Silva.

O Governo do Estado tem a meta de destinar pouco mais de 2 mil hectares de terras à reforma agrária até o final de 2024. Essas ações vão possibilitar o assentamento de aproximadamente 500 famílias camponesas nos próximos meses, promovendo a inclusão e o desenvolvimento socioeconômico no campo.