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MP diz que delegado forjou provas para proteger criminosos e desviou investigações de homicídio

Segundo o MP, as provas plantadas tinham o objetivo de induzir ao erro o corpo de jurados e os juízes, protegendo os verdadeiros responsáveis pelo crime

Delegado Daniel Mayer - Fotos: Reprodução

O Poder Judiciário expediu, nesta quarta-feira (18/9), um mandado de prisão preventiva contra um delegado da Polícia Civil de Alagoas, que atuava na Diretoria da Polícia Judiciária da 1ª Região, em Maceió. A ação ocorreu após uma denúncia formalizada pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), que o acusa de fraude processual, revelação de sigilo funcional e abuso de autoridade.

A denúncia, apresentada pela 3ª Promotoria de Justiça de Rio Largo e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), aponta que o delegado forjou provas em conluio com outros envolvidos para manipular o curso de uma investigação criminal. Segundo os promotores Lídia Malta e Kleber Valadares, as provas plantadas tinham o objetivo de induzir ao erro o corpo de jurados e os juízes, protegendo os verdadeiros responsáveis por um crime de homicídio.

Conforme o MPAL, conversas interceptadas com autorização judicial revelaram uma conspiração do delegado para incriminar falsamente uma pessoa já assassinada, com o objetivo de desviar a responsabilidade dos verdadeiros autores do crime. Essa ação, descrita como um "golpe à Justiça", foi considerada extremamente grave por ter sido praticada por uma autoridade pública.

O caso ganhou destaque após o adiamento do julgamento do homicídio de Kleber Malaquias, onde se evidenciou, por meio da defesa dos réus, que instituições públicas foram usadas para fins ilícitos. A prisão do delegado ocorreu depois da detenção de um agente da polícia civil, que atuou como peça central na identificação dos mandantes do crime.

Os promotores ressaltaram que, apesar da gravidade dos atos cometidos por alguns indivíduos, isso não deve gerar desconfiança quanto ao valor das instituições públicas, que, em sua maioria, são compostas por servidores honestos e comprometidos com a legalidade. O MPAL reforçou que as investigações continuarão para identificar outros possíveis envolvidos.

Por fim, o MPAL reafirmou seu compromisso com a Justiça e se solidarizou com as vítimas do crime, destacando que todos aqueles que violarem a lei serão exemplarmente punidos.