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Cristina Gonçalves é acusada de armar emboscada para matar blogueiro Leonardo Silva

Denúncia aponta tentativa de silenciar críticas ao prefeito Gilberto Gonçalves durante as eleições municipais

Em um vídeo gravado na residência de Leonardo, Francelino detalhou como o ex-vereador fez a proposta - Fotos: Reprodução

Um boletim de ocorrência registrado no 12º Distrito Policial de Rio Largo trouxe à tona mais uma denúncia grave envolvendo a primeira-dama do município, Cristina Gonçalves. Segundo o documento (Nº 00145308/2024), ela é acusada de ser a mandante de um crime, não consumado, contra o blogueiro Cícero Leonardo Terto.

A denúncia também foi encaminhada à Polícia Federal (PF) nesta terça-feira (22) pelo próprio Terto. O crime teria como objetivo silenciar as críticas e denúncias feitas pelo blogueiro em relação ao prefeito Gilberto Gonçalves e seus aliados políticos, ocorrendo supostamente duas semanas antes das eleições de 6 de outubro.

Leonardo relatou ter sido procurado em sua residência na noite de sábado (19), pelo empresário Luiz Francelino da Silva. Durante a conversa, Francelino alertou que ele poderia sofrer um destino semelhante ao do ativista político Kleber Malaquias, assassinado a tiros no dia de seu aniversário em 2020, supostamente a mando da primeira-dama.

O empresário afirmou que foi abordado pelo ex-vereador Cícero Inácio, integrante do grupo político do prefeito, com a missão de atrair o blogueiro para um local conhecido como Japi, onde havia um banho público frequentado pela população. A proposta era emboscar Leonardo, com Luiz recebendo R$ 20 mil, valor que, segundo ele, seria pago por Cristina.

Em um vídeo gravado na residência de Leonardo, Francelino detalhou como o ex-vereador fez a proposta ao encontrá-lo em uma feira, em um domingo. Ele relatou que Inácio mencionou que as críticas de Terto estavam atrapalhando os planos políticos do prefeito, orientando Luiz a levar o blogueiro até o local da emboscada duas semanas antes do primeiro turno das eleições municipais.

Luiz também revelou que, após recusar o trabalho, começou a sofrer ameaças. Ele afirmou ter sido abordado por dois motociclistas que o advertiram a não comentar sobre a proposta. Em resposta, ele declarou não ter medo “deles”, referindo-se ao prefeito Gilberto Gonçalves (GG) e à sua esposa Cristina, afirmando que, caso algo lhe acontecesse, seria por ordem do casal.