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Ex-segurança é apontado como o maior serial killer de Alagoas e visitava túmulos de suas vítimas, revela investigação

Suspeito monitorava alvos pelas redes sociais e utilizava pistola para cometer os crimes

Suspeito monitorava alvos pelas redes sociais e utilizava pistola para cometer os crimes - Fotos: Reprodução/Tv Globo

Uma investigação detalhada levou à prisão de Albino Santos de Lima, de 42 anos, suspeito de assassinar pelo menos dez pessoas em Alagoas. Ele já é considerado o maior serial killer do estado. Segundo a Polícia Civil (PC), o número de vítimas pode ser ainda maior. A informação foi revelada em uma reportagem exclusiva do Fantástico na noite deste domingo (17/11).

Entre as vítimas está Ana Beatriz, de 13 anos, morta em Maceió enquanto passeava com amigos. O crime ocorreu na noite em que sua mãe, Helyzabethe Bezerra, comemorava aniversário. "Quando eu soube da notícia, foi como se a pessoa tivesse arrancado o pedaço do meu coração. Eu não estava querendo acreditar que isso tinha acontecido comigo", desabafou a mãe.

Albino seguia um padrão: roupas pretas, boné para ocultar o rosto e ataques a vítimas que ele monitorava previamente pelas redes sociais. Após a divulgação de imagens de segurança, testemunhas ajudaram a identificá-lo. Ex-segurança do sistema prisional e filho de um policial militar aposentado, ele foi preso em 17 de setembro. Em sua residência, a polícia encontrou uma pistola 380.

Exames balísticos confirmaram que o armamento foi usado em pelo menos nove homicídios, evidência suficiente para confirmar que se tratava de um serial killer. "Já vimos todo tipo de caso, mas um seriado como esse, com até agora 10 vítimas identificadas, foi a primeira vez", declarou Charles Mariano Pedrosa, diretor do Instituto de Criminalística de Alagoas.

O suspeito registrava datas dos crimes em um calendário e visitava cemitérios para fotografar lápides das vítimas. A análise de seu celular revelou arquivos relacionados a possíveis novos alvos. "Os peritos encontraram várias fotografias de indivíduos que ainda estão vivos, seriam vítimas em potencial", disse o delegado Gilson Rego Sousa, da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa.

Apesar da alegação de que suas vítimas pertenciam a facções criminosas, a polícia descartou essa hipótese. "As mulheres tinham um perfil muito semelhante: morenas, jovens, geralmente com cabelo cacheado. Entre elas, havia uma mulher trans com esse mesmo perfil físico", afirmou a delegada responsável.

Em depoimento, Albino confessou oito homicídios e admitiu que planejava novos ataques. A polícia já considera reabrir casos de 2019 e 2020 com indícios de sua participação. Por ora, o suspeito foi indiciado por homicídio qualificado. Seu advogado, Geoberto Bernardo, afirmou que trabalhará na defesa com base em uma possível sociopatia do cliente.

"A cabeça dele é de uma pessoa doente, de um sociopata. Esse vai ser o caminhar da minha defesa, visto que ele tem direito. Mesmo sendo um serial killer e assim sendo confirmado, ele tem direito a defesa", pontuou o advogado. As investigações seguem, com a expectativa de desvendar mais conexões.