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Mãe de menina vítima de choque em União dos Palmares fala sobre o caso: "Eu peço justiça"

Débora Carina detalha a morte de sua filha e exige responsabilização da Equatorial Energia para evitar novos acidente

Débora Carina Gonçalves Xavier, mãe de Melissa Xavier Bento, de 2 anos, que morreu vítima de choque elétrico - Fotos: Reprodução

Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, Débora Carina Gonçalves Xavier, mãe da pequena Melissa Xavier Bento, de 2 anos, relatou os detalhes do trágico acidente que resultou na morte da filha, após ela sofrer um choque elétrico em sua residência, na cidade de União dos Palmares. A mãe fez um apelo por justiça e exigiu providências para evitar que outros acidentes semelhantes aconteçam.

O acidente ocorreu no dia 8 de agosto de 2024, quando a menina estava brincando na varanda de casa. A fiação elétrica da residência onde a família mora não tinha proteção, o que facilitou o contato de Melissa com a rede elétrica que, apesar da grade de proteção instalada pelos pais, ainda assim passava perto da residência.

"Enquanto a gente estava na sala, eu fui para a cozinha resolver umas coisas domésticas e, depois, para o quarto trocar de roupa. O meu filho gritou, falando que ela tinha pegado na fiação elétrica e tomado um choque. Eu corri para pegá-la, socorri ela e saí gritando no meio da rua. Foi um momento de muito desespero. Eu não gosto nem de lembrar. Levei ela para o hospital; os vizinhos ajudaram a levar a gente", relatou Débora.

Após o acidente, a menina foi inicialmente levada para o Hospital Regional da Mata (HRM), na cidade, mas precisou ser transferida para Maceió, onde permaneceu internada no Hospital Geral do Estado (HGE) de 9 a 13 de agosto, quando veio a falecer devido às gravíssimas consequências do choque. A mãe atribui a tragédia à negligência da Equatorial Energia, responsável pela distribuição da eletricidade no município.

Débora também destacou que a fiação exposta não era um caso isolado. "Não é só a casa onde eu morava que tem esse tipo de fiação. Várias casas de primeiro andar têm esse tipo de fiação elétrica, colocando em risco a vida de muitas pessoas. Eu queria que alguma providência fosse tomada por parte da Equatorial, que alguém fosse responsabilizado e que algo fosse feito para mudar esse caso", afirmou.

Ação civil pública e pedido de indenização

Em resposta ao caso, o Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de União dos Palmares, ajuizou uma ação civil pública contra a Equatorial Energia, exigindo uma indenização de R$ 2 milhões como forma de reparação tanto para a mãe de Melissa quanto por danos morais coletivos.

A ação ressalta que o valor da vida humana é inestimável e que a empresa deve ser responsabilizada pela falta de segurança em sua rede elétrica. A ação também destaca que o dano moral é uma ferramenta importante para forçar a empresa a adotar medidas mais rigorosas e diligentes na operação de seus serviços, prevenindo futuros acidentes.

Além da indenização, o MPAL solicitou que a Equatorial Energia realize uma revisão completa e minuciosa de toda a rede elétrica de União dos Palmares. O objetivo é garantir a segurança dos cidadãos e eliminar riscos à saúde e à integridade física da população. A empresa tem 30 dias para apresentar um plano de ação detalhado, que inclua o diagnóstico da situação atual e um cronograma de intervenções.

O MPAL também pediu que a Equatorial realize o mapeamento das áreas de risco, identificando as residências e locais onde as condições de segurança estão em desacordo com as normas estabelecidas para redes elétricas, especialmente em relação a linhas de alta tensão. As áreas mais críticas devem ser sinalizadas imediatamente, com placas informativas e ações preventivas para proteger a população, além da remoção de pessoas das zonas de risco. A solução completa deve ser realizada em até 180 dias.

"Eu peço justiça. Eu peço que alguém seja responsabilizado pela vida da minha filha, que era uma criança inocente, uma criança doce, tudo de melhor que vocês puderem imaginar numa criança era a Melissa. Eu sinto falta dela todos os dias e eu queria que algo fosse feito para que ninguém passe pelo que eu passo. E é isso. Eu peço justiça pela vida da minha filha", concluiu Débora.